Euro e dólar: como investir em moedas de fora e proteger seu dinheiro
Se em abril o dólar chegou a R$ 4,60, o valor já superou os R$ 5,30 agora. A instabilidade das moedas trouxe outro fato: um euro vale um dólar pela primeira vez em 20 anos. Se para o turista essa variação toda torna as viagens mais caras, para investidores mais experientes pode representar uma oportunidade de ganhar dinheiro.
Mais investidores começam a olhar para as inúmeras opções de ativos que são negociados em moedas estrangeiras, como os investimentos no exterior. Mas uma saída também são os fundos em dólar ou euro, os chamados fundos cambiais. Veja se vale a pena incluir esse investimento na sua carteira e quais os riscos e oportunidades.
De acordo com a regra, os fundos cambiais têm 80% dos investimentos atrelados a uma moeda estrangeira. Normalmente, os 20% restantes são alocados em fundos de renda fixa, considerados mais conservadores e com menor volatilidade. É importante ressaltar que o investimento e o saque são feitos em real. No entanto, a modalidade deve ser uma alternativa em casos específicos.
Para quem é interessante investir em fundos cambiais? "A gente só recomenda o investimento em moeda ou fundo cambial para quem tem um objetivo claro para aquela moeda no futuro, como alguém que trabalha com importação ou alguém que vá viajar para fora do país", afirma a chefe de economia da Rico Investimentos, Rachel de Sá.
E há algumas razões para isso. Segundo a especialista, mesmo com modelos macroeconômicos que consideram a taxa de juros, crescimento do PIB, preço de commodities (principalmente no caso do Brasil, país exportador), fluxo comercial e de investimentos, para tentar antever os valores futuros das moedas estrangeiras, é difícil ter uma estimativa precisa de quanto o dólar ou o euro vão valer no futuro.
Além disso, o câmbio também é um ativo financeiro, em que são considerados os riscos fiscal, político e país.
Posso colocar dinheiro em investimentos de fora? Por outro lado, em vez de colocar o dinheiro em um fundo cambial ou comprar as moedas em espécie, a pessoa pode investir em ações na Bolsa ou em um fundo que tenha investimentos internacionais, afirma a chefe de economia da Rico.
Assim, o investidor pode ganhar com toda a movimentação econômica daquele país, e não apenas com um ativo. Ele também consegue acessar setores que não estão disponíveis ou não têm a maturidade necessária no Brasil, como tecnologia, games e ESG (conceito que resume os pilares ambientais, sociais e de governança corporativa de empresas). Outra vantagem é se proteger de eventuais turbulências no Brasil, tanto na economia quanto na política.
Como investir? Para quem deseja fazer aportes em fundos cambiais, a compra é bastante semelhante aos fundos de multimercado, renda fixa, ações ou crédito privado. A pessoa precisa ter uma conta em uma corretora de valores e selecionar a opção fundos de investimento.
A tributação é semelhante à cobrada no Tesouro Direto: começa em 22,5% do rendimento para aplicações em seis meses, e cai 2,5 pontos percentuais por semestre até chegar a 15% para investimentos mantidos durante dois anos.
Um fundo em dólar é o Trend Dolar FI Cambial, gerido pela XP. No último ano, o fundo registrou alta de 7,91%. Em 2022, subiu 1,69%. Já em euro a opção é o BB Cambial Euro LP, do Banco do Brasil. Entretanto, o fundo teve queda de 1,50% em 2021 e de 13,57% em 2022.
Qual a perspectiva para esses investimentos? Com o risco de recessão global em 2023 e a alta de juros nos Estados Unidos —hoje em um intervalo de 1,5% a 1,75% ao ano—, muitos investidores recorrem ao mercado americano, já que os títulos públicos passam a pagar mais.
Além disso, o país tem um risco menor, o que fortalece o dólar contra todas as moedas, inclusive o euro.
Entre 23 de julho do ano passado e o mesmo dia de 2022, a cotação do euro na moeda americana passou de US$ 1,1925 para US$ 1,0210, queda de 14,3% em 12 meses. No dia 12 de julho, o dólar e o euro atingiram a paridade nos valores pela primeira vez em 20 anos, ou seja, 1 euro era igual a US$ 1.
Paridade afeta o investidor brasileiro? Para o investidor, porém, há pouco efeito prático na oscilação entre as duas moedas. É muito mais interessante observar as tendências e incertezas que estão no horizonte antes de fazer uma aplicação, dizem os especialistas.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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