Dividendos: veja como ganhar ainda mais com ações e fundos imobiliários

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Muitas pessoas decidem ingressar no mercado financeiro para apostar em ativos que são bons pagadores de dividendos - os lucros pagos por empresas, fundos imobiliários ou no Tesouro Direto distribuídos de forma mensal, trimestral, semestral ou anual. Mas como reinvestir esse dinheiro para ganhar ainda mais?

Essa é a pergunta de muitos investidores. Afinal, ter uma renda passiva caindo todo mês pode ser bastante útil para dar uma folga nas contas. Mas, ao reaplicar o dinheiro, o retorno pode ser maior.

"Não necessariamente o investidor precisa recomprar o mesmo ativo que originou o pagamento dos dividendos, podendo escolher o que estiver mais atrativo no momento do recebimento", afirma o assessor de investimentos da Manchester Investimentos, Guilherme Palma.

Preciso reinvestir no mesmo ativo? O head de análise da Dividendos.me, Guilherme Gentile, explica que o investidor pode reinvestir no mesmo fundo ou buscar uma outra opção mais atrativa, de acordo com o retorno do momento.

Além dos FIIs, que costumam fazer o pagamento de maneira mensal, é possível ter na carteira ações de empresas ou fundos do Tesouro Direto com este objetivo. De acordo com a consultoria TC Economatica, considerando apenas os dividendos, os investimentos no mercado nos últimos 10 anos registraram os seguintes rendimentos:

• Dividend Yield (métrica para pagamento de dividendos por preço das ações) do Ibovespa: 4,12%
• IFIX (Índice de Fundos Imobiliários - 7,59%
• Tesouro Direto (NTN-B 2023) - 4,66%
• Tesouro Direto (NTN-B 2035) - 5,17%

As companhias pagam dividendos, que são uma distribuição dos lucros, e juros sobre capital próprio (JCP, uma outra forma de distribuir os resultados). Esse pagamento não é obrigatório e não há um valor máximo ou mínimo de repasse aos

Por que reinvestir, ao invés de embolsar o dinheiro? Gastar o dinheiro que cai na conta pode ser atraente. Mas, para quem busca aumentar o patrimônio, reinvestir pode ser a melhor opção.

No caso dos títulos do Tesouro, em alguns há também o pagamento de retornos semestrais, o que na prática é a única maneira de garantir os juros sobre juros.

Desde 2012, o Ifix teve um retorno de 97,7%, que na média é equivalente a 5,8% ao ano. Se reconsiderarmos o reinvestimento mensal dos dividendos recebidos, o retorno seria de 309,6%, que na média por ano é equivalente a 12,5%, ou seja, mais que o dobro, diz Palma.

Posso reinvestir de forma automática? No caso dos FIIs, algumas corretoras e bancos fornecem o reinvestimento automático nos mesmos fundos que originaram o dividendo, afirma Guilherme Palma, da Manchester. E diz que o Tesouro direto também conta com a possibilidade de fazer o reinvestimento de forma automática, desde que o valor seja superior a 1% do valor do título e acima de R$ 30,00.

Quanto é possível ganhar? A remuneração ao longo do tempo depende do ativo escolhido, diz Palma. Mas o assessor de investimentos diz que é viável receber o montante do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação no país, mais 6% ao ano, em média.

O valor é próximo ao oferecido pelo Tesouro Direto. O Tesouro IPCA+ com vencimento para agosto de 2026 dá ao investidor o pagamento do IPCA mais 5,79% ao ano. Considerando o ganho de 6% ao ano com lucros, um investidor que obteve R$ 15.000 inicialmente teria mais R$ 4.500 ao final de cinco anos, chegando a R$ 19.500. Mas é preciso considerar os impostos.

As empresas não são obrigadas a pagar dividendos, mas muitas usam a distribuição de lucros como um atrativo a mais para o investidor. Veja aqui empresas que pagaram bons dividendos.

Existem fundos imobiliários que pagam acima da taxa básica de juros. Confira aqui.

É necessário pagar Imposto de Renda? As obrigações com a Receita Federal ficam restritas ao Tesouro Direto, que varia entre 22,5% a 15% retido direto na fonte. No caso dos FIIs, os dividendos não são tributados, mas é necessário arcar com impostos nas vendas de cotas com lucros.