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Como juntar R$ 100 mil na renda fixa investindo pouco por mês?

Fernando Barbosa

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/11/2022 11h00

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A renda fixa é considerada uma forma mais segura para conseguir boa rentabilidade e manter o poder de compra do dinheiro ao longo do tempo. Inclusive, é uma boa recomendação para os iniciantes, já que a oscilação é bem menor do que os ativos da renda variável, como as ações de empresas na Bolsa de Valores.

Mas como juntar R$ 100 mil em ativos como Tesouro Direto, CDBs e LCIs e LCAs?

Para a sócia e assessora da One Investimentos, Amanda Notini, o ideal é fazer uma diversificação da carteira entre títulos pré-fixados (com taxa definida no momento da contratação), pós-fixados (atrelados a um indicador econômico) e os híbridos (em que há uma taxa definida e outra variável).

Veja abaixo quanto tempo demora para juntar R$ 100 mil com só R$ 200 por mês.

No caso do prefixado, são exemplos os títulos do Tesouro Direto que pagam entre 11,90% a 12,10% ao ano atualmente. Quando o assunto são os pós-fixados, entram investimentos que levam em conta a Selic e o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) - taxa cobrada na tomada de recursos entre instituições financeiras.

Por fim, despontam do lado dos pós-fixados opções como IPCA+, que oferecem a remuneração pela taxa da inflação mais um percentual definido.

A sócia da One Investimentos diz que, como a inflação esteve em alta no ano passado, encerrando 2021 em 10,06% ao ano, os títulos atrelados ao IPCA tiveram resultados melhores do que aqueles que seguem o CDI. Atualmente, porém, o cenário de deflação gerou uma situação em que os investimentos pelo IPCA+ têm uma rentabilidade pior do que os atrelados ao CDI.

Qual o prazo para acumular R$ 100 mil? Segundo Amanda Notini, ao investir R$ 200 por mês sem nenhum aporte inicial, o investidor demoraria cerca de 16 anos para acumular R$ 108.135,85 com uma taxa de juros de 12% ao ano.

No entanto, caso decida elevar esse aporte mensal para R$ 500, seria possível chegar lá em um prazo menor, de 10 anos. Assim, o investidor teria R$ 110.965,02.

Esses valores são são corrigidos pela inflação. Ou seja, em 16 ou 10 anos esse valor terá um poder de compra menor do que tem hoje.

Para corrigir esse valor pela inflação - e conseguir comprar as mesmas coisas no futuro que os R$ 100 mil compram hoje - é necessário atualizar anualmente seus investimentos. Se você investe R$ 200 por mês e a inflação de um ano foi 7%, no ano seguinte você deverá investir R$ 214 e, no próximo, R$ 228,98, e assim por diante.

Como calcular quanto preciso investir? O simulador do Tesouro Direto pode dar uma base para fazer a melhor escolha. No site, é possível considerar quanto cada um pode investir por mês ou quanto deseja sacar ao final de um período determinado.

CDBs são uma boa? Quem pensa em investir em ativos que seguem CDI pode apostar nos CDBs (Certificados de Depósito Bancário). O CDB é uma espécie de empréstimo que o investidor concede às instituições financeiras em troca de ganho com juros.

A sua remuneração leva em conta o CDI, que normalmente gira em torno de 0,10 ponto porcentual abaixo da taxa básica de juros, a Selic. Com a Selic em 13,75% ao ano, o CDI está em 13,65% ao ano.

O que são LCIs e LCAs? Além dos títulos públicos, muita gente que tem preferência pela renda fixa acaba escolhendo as LCIs (Letra de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio).

Aqui, o investidor concede uma espécie de empréstimo para financiar os setores imobiliário e agrícola, com a promessa de receber juros no futuro. O grande diferencial das LCIs e LCAs é que elas são isentas de Imposto de Renda. Para se ter ideia, os títulos do Tesouro Direto têm tributações entre 15% a 22,5%, dependendo do prazo que a aplicação permanecer investida.

Como uma dica para fazer a melhor escolha entre títulos com ou sem IR, Amanda Notini, da One Investimentos, diz que a pessoa precisa descontar a fatia do Imposto de Renda do investimento do título que possui a obrigação do IR, sem esquecer da tabela regressiva.

Perfis conservador, moderado e arrojado: Seja na renda fixa ou na renda variável, é fundamental que o investidor verifique qual o seu perfil de investimentos antes de realizar qualquer aplicação. Para isso, vale observar o resultado do suitability (o teste de bancos e corretoras) ou conversar com um especialista da sua instituição financeira.

Mesmo a renda fixa sendo considerada mais prudente, há títulos que oscilam mais de acordo com o momento macroeconômico do país, como o IPCA+. Por outro lado, ao contratar um investimento com uma taxa definida a longo prazo a pessoa pode ter a rentabilidade prejudicada com a alta da inflação. Lembrar desses aspectos pode trazer ganhos mais elevados.

Na avaliação da head de Research de Renda Fixa da XP, Camila Dolle, os mais conservadores devem ter uma parcela mais relevante da carteira em títulos pós-fixados. Ao seguir a Selic e o CDI, o portfólio tem uma oscilação menor e não conta com o efeito de marcação a mercado. Basicamente, a marcação a mercado é uma atualização nos preços dos títulos quase que forma diária.

Já os investidores com perfil mais moderado, ou seja, que aceitam um pouco mais de risco, podem olhar os títulos pós-fixados, mas também uma parcela de IPCA+, que é importante para a proteção contra a inflação. É possível, ainda, ter uma fatia em prefixados, mas sem ultrapassar o prazo entre 3 a 4 anos.

Por fim, quem tem um perfil arrojado pode ter um portfólio composto por mais opções como IPCA+, que têm um sobe e desce maior ao longo do tempo.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.