Renda fixa também tem variação; veja como funciona a marcação a mercado
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Uma nova regra determina que os bancos e corretoras exibam o valor atual de títulos de renda fixa para seus investidores.
Essa atualização constante do valor é chamada de marcação a mercado e sempre existiu. A obrigatoriedade de usá-la para mostrar a real remuneração da renda fixa começou em janeiro deste ano.
A nova regra é da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Mesmo títulos da renda fixa variam de valor antes do vencimento. Com a mudança, o investidor que optar por vender seu título de renda fixa antes do vencimento saberá exatamente quanto irá receber.
Marcação a mercado traz mais transparência
De forma simples, a marcação a mercado é uma atualização diária que acontece nas diferentes classes de investimento, tanto da renda fixa como da renda variável.
A renda fixa não é tão fixa assim. Até essa classe de investimentos pode ser afetada pelo cenário, como a taxa básica de juros, a Selic, e a inflação, a oferta e a demanda, o preço e as taxas dos novos títulos, entre outros.
O investidor sabe o quanto receberia se vendesse o investimento antes do seu vencimento. Digamos que um investidor contratou um título com o pagamento de juros de 13% ao ano, com a Selic em 13,75%. Entretanto, dali a seis meses, o Banco Central resolveu reajustar a Selic para 14% ao ano, por exemplo. O título que a pessoa comprou no passado irá perder valor, já que há opções melhores hoje.
Já na marcação na curva, o título é atualizado apenas pela taxa definida no momento da compra. Assim, se a pessoa contratar um título que, digamos, pague 10% ao ano, todo ano aquele investimento será visualizado no aplicativo do banco ou corretora com uma correção de 10% - por mais que o seu preço real no mercado varie.
Isso só vale para quem não levar o investimento até o vencimento. Se a pessoa não mexer nos investimentos e resgatar apenas no vencimento, ela vai receber exatamente o que pagou mais os rendimentos contratados - como uma taxa prefixada, o rendimento de acordo com a inflação ou a Selic, por exemplo.
"Se ela mexer no ativo antes do vencimento, alguém no mercado vai oferecer mais ou menos pelo título", diz Fábio Sobreira, analista CNPI-P e professor da Fipecafi Projetos.
Mais investimentos terão marcação a mercado agora. Até então, os únicos títulos marcados a mercado eram os CDBs (Certificado de Depósito Bancário) e aqueles do Tesouro Direto, como Tesouro Selic, Tesouro IPCA+ e Tesouro Prefixado.
Com a medida da Anbima, entraram no modelo CRIs e CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio, respectivamente), debêntures e os títulos públicos federais fora do escopo do Tesouro Direto.
A marcação a mercado não mexe com o valor dos investimentos em renda fixa. Para a diretora de operações da gestora MAV Capital, Heloisa Santos, a mudança só torna a renda fixa mais transparente.
Na prática, a marcação a mercado facilita a tomada de decisão do investidor que quer sair da operação antes do vencimento, dando mais liberdade para que ele gerencie sua carteira e busque as melhores oportunidades.
Heloisa Santos, diretora de operações da MAV Capital
Atualização no valor é mensal. Segundo a Anbima, os preços de referência precisam ser atualizados pelo menos uma vez por mês. No entanto, fica a cargo das instituições atualizá-los ou não com uma frequência menor.
Além disso, a data de atualização dos valores precisa ficar clara. As corretoras e casas de investimentos até podem mostrar os preços marcados na curva, desde que o preço a mercado seja o padrão.
Isso significa que eu posso perder dinheiro? O prejuízo só acontece se o investidor resolver vender seu investimento antes do vencimento, diz Heloisa, da MAV Capital. O motivo é que esse título será vendido no mercado secundário, para outros investidores.
Sobreira afirma que recentemente muita gente perdeu dinheiro com títulos de renda fixa, sobretudo com os prefixados. É que esses ativos são os que mais sofrem com a mudança na Selic, ficando mais ou menos atraentes que os novos títulos que vão sendo lançados no mercado.
O ideal é vender só no vencimento. Se o título marcado a mercado estiver abaixo do valor da curva, o ideal é ficar atento e entender o risco daquele investimento.
Cuidado com o risco. Se o emissor - um banco ou empresa - tiver risco de não pagar a sua dívida, é hora de prestar atenção. "Caso não haja risco de inadimplência, o investidor deve segurar o papel por mais tempo para receber os juros contratados e não realizar o prejuízo", afirma ela.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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