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3 passos para saber se um CDB é boa opção ou se você vai perder dinheiro

CDB ou Tesouro Selic? Faça a conta para ver qual vale a pena - fizkes/iStock
CDB ou Tesouro Selic? Faça a conta para ver qual vale a pena Imagem: fizkes/iStock

10/02/2023 04h00

Já aconteceu de você fazer um investimento sem saber exatamente se ele era a melhor opção para a sua necessidade?

Ou melhor, já aconteceu de você fazer um investimento e ter certeza de que era a melhor opção? Na coluna de hoje eu vou explicar como se faz para saber se um investimento de renda fixa, como CDB, LCA ou LCI, vale a pena.

Para resumir

Um CDB, hoje, só vale a pena, a meu ver, se tiver uma rentabilidade acima de 105% do CDI. Abaixo desse número, prefiro colocar meu dinheiro no Tesouro Selic, que é muito mais seguro e rende quase a mesma coisa.

Se for LCA ou LCI, que são isentos de IR, precisam render perto de 90% do CDI para me atrair, pois, do contrário, sigo o mesmo raciocínio: vou no Tesouro Selic que é mais seguro e rende quase o mesmo, apesar de não ser isento de IR.

Abaixo eu explico a lógica por trás dessa comparação, o que vai lhe permitir entender melhor os investimentos e tomar decisões com mais clareza e segurança.

1. Existem diferenças de risco mesmo na renda fixa

Mesmo entre os investimentos de renda fixa, existem diferentes níveis de risco. As opções mais arriscadas só fazem sentido se forem mais rentáveis do que as mais seguras.

Na escala de riscos dos investimentos, os menos arriscados são os títulos públicos (Tesouro Direto), pois são emitidos pelo Estado, que, por sua vez, é quem emite o dinheiro do país. No limite, se o governo correr o risco de ficar insolvente, bastaria imprimir dinheiro para pagar os investidores.

Logo, qualquer outro investimento só faz sentido se tiver uma perspectiva de render mais do que os títulos do Tesouro Direto.

De cara, então, a gente descarta a poupança, que, em tese, é ligeiramente mais arriscada do que o Tesouro e rende menos.

Subindo mais um nível na escala de risco, temos títulos privados, como CDB, LCA e LCI. Estes só valem a pena se forem mais rentáveis do que os títulos públicos correspondentes.

2. Os investimentos têm características diferentes

Não é tão fácil saber se os títulos privados são mais rentáveis que os públicos porque existem características diferentes entre eles.

Os investimentos de renda fixa podem ser classificados em três tipos: os prefixados, os pós-fixados e os indexados à inflação.

Os prefixados são aqueles em que, antes de investir, você já sabe exatamente quanto ele vai render. Por exemplo, o Tesouro Prefixado 2026, um dos títulos do Tesouro Direto, está hoje com uma taxa de 12,93% ao ano. Chova ou faça sol, essa será a rentabilidade anual do seu investimento ao longo do período previsto (próximos três anos).

O segundo tipo de investimento de renda fixa é o pós-fixado, aqueles cuja rentabilidade é determinada por um certo indicador de referência do mercado. No Tesouro Direto, o título pós-fixado é o Tesouro Selic, que tem esse nome por seguir a taxa básica de juros da economia, a Selic.

Repare que, ao investir no Tesouro Selic, você não sabe quanto vai ganhar. Só sabe que será um número muito próximo da taxa Selic. Se esta subir, seu ganho vai aumentar; se cair, seu lucro também se reduzirá (mas continuará sendo lucro, não prejuízo).

O terceiro tipo de investimento de renda fixa é o que segue algum índice de inflação, em geral o IPCA, principal indicador de preços do país. O título público que segue esse índice é o Tesouro IPCA.

3. A comparação entre os investimentos exige algumas continhas

Para cada um dos três tipos de investimento de renda fixa (prefixados, pós-fixados e indexados à inflação), existem títulos públicos e privados.

No caso dos pós-fixados, existe o título público Tesouro Selic, como foi dito acima, e existem também CDBs, LCAs e LCIs pós-fixados.

A dificuldade de comparação está no fato de que os títulos públicos pós-fixados são atrelados à taxa Selic, enquanto os privados são atrelados ao CDI, um outro indicador de referência.

Como saber, por exemplo, se um CDB que rende 100% do CDI é melhor do que o Tesouro Selic?

Teria que fazer uma conta, que eu já fiz para você. Hoje, um CDB precisa render 101% do CDI para alcançar o Tesouro Selic.

Porém, como se trata de um investimento de risco mais alto, ele precisa render mais do que o Tesouro Selic para valer. Mas quanto a mais?

Depende de cada um. Eu, por exemplo, não coloco meu dinheiro em um CDB com liquidez diária se ele não render pelo menos 105% do CDI. No mercado, você pode encontrar CDBs de até 110% do CDI com liquidez diária.

LCA e LCI, como são isentos de Imposto de Renda, têm números diferentes. Para esses investimentos empatarem com o Tesouro Selic, precisam render 86% do CDI. É possível encontrar esses títulos privados com rendimento de até 92% do CDI, com liquidez diária.

Já no caso dos títulos prefixados fica bem mais fácil comparar. Se o Tesouro Prefixado 2026 tem rentabilidade de 12,93% ao ano, um CDB, para empatar, precisaria ter exatamente essa rentabilidade, com um prazo também de três anos. A LCA e a LCI, que são isentas de IR, precisariam ter uma taxa de 11% ao ano para alcançar o Tesouro Prefixado.

Entre os investimentos indexados à inflação, o Tesouro IPCA 2029 rende a inflação mais 6,2%. Para um CDB de prazo semelhante empatar, precisaria ter a mesma rentabilidade. Para uma LCA ou LCI empatar, deve render inflação mais 4,42%.

Detalhe importante

CDBs, LCAs e LCIs são mais seguros quando o investimento chega até R$ 250 mil, que é o valor garantido pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Se o banco emissor do título quebrar, o FGC paga ao investidor o que lhe for de direito, desde que não ultrapasse esse valor.

Alguma dúvida?

Tendo alguma dúvida sobre investimentos, me siga no Instagram e envie uma mensagem por lá. Sua pergunta poderá ser respondida nesta coluna em breve.

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