Com juros mais altos, veja qual é o melhor investimento de baixo risco
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A taxa básica de juros subiu para 11,25% ao ano na semana passada, de modo que os investimentos de renda fixa passam a render mais para quem investir agora.
Nesse contexto, qual é o retorno máximo que se pode conseguir, hoje, com investimentos de baixo risco?
Para responder essa pergunta, trago na coluna de hoje simulações com aplicações de curto, médio e longo prazo.
Reserva de emergência e curto prazo
Entre as aplicações com liquidez diária, ou seja, que podem ser resgatadas a qualquer momento, a poupança continua sendo a menos atraente, com uma rentabilidade de apenas 7% ao ano, mesmo sem Imposto de Renda.
O Tesouro Selic, um dos títulos do Tesouro Direto, rende 9,4% em um ano, já descontado o IR.
Se o investimento for um CDB, o retorno precisa ser de 103% do CDI para superar o Tesouro Selic.
Em um levantamento para esta coluna, o CDB mais rentável que encontrei com liquidez diária foi um do banco BMG, a 117% do CDI. Com a atual taxa Selic, o retorno ficaria em 10,8% em um ano, sempre descontando o IR.
Uma LCA ou LCI, como é isenta de IR, precisa ter um retorno acima de 84% do CDI para superar o Tesouro Selic em um ano. Para ultrapassar o CDB citado acima, também em um ano, a LCA ou LCI deve render ao menos 97% do CDI.
Investimento de médio e longo prazo
Para médio e longo prazo, uma boa opção são os investimentos indexados ao IPCA, que é o principal índice de inflação do Brasil.
Esse tipo de aplicação faz a correção inflacionária do valor aplicado e acrescenta uma taxa de juros.
No Tesouro Direto, o título que segue essa lógica é o Tesouro IPCA. O Tesouro com vencimento em 2029 hoje rende a inflação mais 6,79% ao ano. Considerando uma inflação de 4% ao ano, a rentabilidade desse título ficaria em 9,4% ao ano, já descontado o IR.
Em um CDB, é possível encontrar uma rentabilidade de até 7,7% ao ano além da inflação. Com isso, o retorno líquido ficaria em 10,2% ao ano.
Mas, quando falamos em médio e longo prazo, o ideal é descontar não só o IR, mas também a inflação.
Calculando dessa maneira, temos um retorno real de 5,2% ao ano no Tesouro IPCA e de 6% ao ano no CDB.
Mantendo-se essas rentabilidades por cinco anos, o retorno real acumulado do Tesouro IPCA ficaria em 28,8%, e o do CDB, em 33,6%. Em dez anos, o rendimento real chegaria a 65,9% e 78,5%, respectivamente.
Na prática, faz diferença?
Com exceção da poupança, que claramente rende bem menos, os demais investimentos citados apresentam rentabilidades não muito distantes entre si.
Portanto, para investimentos de baixo valor e curto prazo, você não terá grandes ganhos a mais se optar por um CDB em vez do Tesouro Selic.
Por exemplo, R$ 1.000 no Tesouro Selic teriam um rendimento líquido de R$ 94 em um ano, enquanto no CDB de 117% do CDI renderiam R$ 108. Ou seja, R$ 14 a mais por ano, para uma aplicação com um risco um pouco mais alto.
Mas, quando falamos de valores maiores, começamos a ver uma diferença mais significativa. Um aporte de R$ 100 mil no Tesouro Selic renderia R$ 9.379 em um ano, enquanto no CDB renderia R$ 10.763. Trata-se de uma diferença de R$ 1.384.
Diferença a longo prazo
Quando falamos de prazos mais longos, a diferença salta ainda mais à vista. Um investimento de R$ 100 mil teria um rendimento real de R$ 56,7 mil no Tesouro IPCA ou de R$ 62,5 mil no CDB em questão, uma diferença de R$ 5,8 mil.
Em um prazo de dez anos, o retorno real seria de R$ 65,9 mil no Tesouro ou de R$ 78,5 mil no CDB, o que daria uma diferença de R$ 12,6 mil.
Alguma dúvida?
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3 comentários
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Carlos Henrique Magni Lopes
Obrigado Haddad , obrigado Lula. Uma boa explicação para nunca investir no brasil
Carlos Henrique Magni Lopes
Douglas marangon Millei até posso pensar. Agora vc tem grande chance na bolsa de Cuba ou Venezuela. Capricha