Sílvio Crespo

Sílvio Crespo

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

Com juros mais altos, veja qual é o melhor investimento de baixo risco

A taxa básica de juros subiu para 11,25% ao ano na semana passada, de modo que os investimentos de renda fixa passam a render mais para quem investir agora.

Nesse contexto, qual é o retorno máximo que se pode conseguir, hoje, com investimentos de baixo risco?

Para responder essa pergunta, trago na coluna de hoje simulações com aplicações de curto, médio e longo prazo.

Reserva de emergência e curto prazo

Entre as aplicações com liquidez diária, ou seja, que podem ser resgatadas a qualquer momento, a poupança continua sendo a menos atraente, com uma rentabilidade de apenas 7% ao ano, mesmo sem Imposto de Renda.

O Tesouro Selic, um dos títulos do Tesouro Direto, rende 9,4% em um ano, já descontado o IR.

Se o investimento for um CDB, o retorno precisa ser de 103% do CDI para superar o Tesouro Selic.

Em um levantamento para esta coluna, o CDB mais rentável que encontrei com liquidez diária foi um do banco BMG, a 117% do CDI. Com a atual taxa Selic, o retorno ficaria em 10,8% em um ano, sempre descontando o IR.

Uma LCA ou LCI, como é isenta de IR, precisa ter um retorno acima de 84% do CDI para superar o Tesouro Selic em um ano. Para ultrapassar o CDB citado acima, também em um ano, a LCA ou LCI deve render ao menos 97% do CDI.

Continua após a publicidade

Investimento de médio e longo prazo

Para médio e longo prazo, uma boa opção são os investimentos indexados ao IPCA, que é o principal índice de inflação do Brasil.

Esse tipo de aplicação faz a correção inflacionária do valor aplicado e acrescenta uma taxa de juros.

No Tesouro Direto, o título que segue essa lógica é o Tesouro IPCA. O Tesouro com vencimento em 2029 hoje rende a inflação mais 6,79% ao ano. Considerando uma inflação de 4% ao ano, a rentabilidade desse título ficaria em 9,4% ao ano, já descontado o IR.

Em um CDB, é possível encontrar uma rentabilidade de até 7,7% ao ano além da inflação. Com isso, o retorno líquido ficaria em 10,2% ao ano.

Mas, quando falamos em médio e longo prazo, o ideal é descontar não só o IR, mas também a inflação.

Continua após a publicidade

Calculando dessa maneira, temos um retorno real de 5,2% ao ano no Tesouro IPCA e de 6% ao ano no CDB.

Mantendo-se essas rentabilidades por cinco anos, o retorno real acumulado do Tesouro IPCA ficaria em 28,8%, e o do CDB, em 33,6%. Em dez anos, o rendimento real chegaria a 65,9% e 78,5%, respectivamente.

Na prática, faz diferença?

Com exceção da poupança, que claramente rende bem menos, os demais investimentos citados apresentam rentabilidades não muito distantes entre si.

Portanto, para investimentos de baixo valor e curto prazo, você não terá grandes ganhos a mais se optar por um CDB em vez do Tesouro Selic.

Por exemplo, R$ 1.000 no Tesouro Selic teriam um rendimento líquido de R$ 94 em um ano, enquanto no CDB de 117% do CDI renderiam R$ 108. Ou seja, R$ 14 a mais por ano, para uma aplicação com um risco um pouco mais alto.

Continua após a publicidade

Mas, quando falamos de valores maiores, começamos a ver uma diferença mais significativa. Um aporte de R$ 100 mil no Tesouro Selic renderia R$ 9.379 em um ano, enquanto no CDB renderia R$ 10.763. Trata-se de uma diferença de R$ 1.384.

Diferença a longo prazo

Quando falamos de prazos mais longos, a diferença salta ainda mais à vista. Um investimento de R$ 100 mil teria um rendimento real de R$ 56,7 mil no Tesouro IPCA ou de R$ 62,5 mil no CDB em questão, uma diferença de R$ 5,8 mil.

Em um prazo de dez anos, o retorno real seria de R$ 65,9 mil no Tesouro ou de R$ 78,5 mil no CDB, o que daria uma diferença de R$ 12,6 mil.

Alguma dúvida?

Tendo alguma dúvida sobre investimentos, me siga no Instagram e envie uma mensagem por lá. Sua pergunta poderá ser respondida em breve nesta coluna.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

3 comentários

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.


Carlos Henrique Magni Lopes

Obrigado Haddad , obrigado Lula. Uma boa explicação para nunca investir no brasil

Denunciar

Carlos Henrique Magni Lopes

Douglas marangon  Millei até posso pensar. Agora vc tem grande chance na bolsa de Cuba ou Venezuela.  Capricha

Denunciar