Com Tesouro Direto rendendo mais, dá para se aposentar ganhando R$ 5.000?
Os títulos do Tesouro Direto passaram a render mais nos últimos meses devido à alta da taxa básica de juros, a Selic.
Nesse cenário, como fica o Tesouro Direto como investimento para aposentadoria? Na coluna de hoje eu mostro quanto investir por mês para chegar a uma renda mensal vitalícia equivalente a R$ 5.000.
Quanto investir
Veja quanto dinheiro você precisaria aportar, todos os meses, para acumular um patrimônio que gere uma renda mensal vitalícia de R$ 5.000:
Em 10 anos: R$ 8.000
Em 15 anos: R$ 4.600
Em 20 anos: R$ 3.000
Em 25 anos: R$ 2.100
Em 30 anos: R$ 1.500
Em 35 anos: R$ 1.100
Para ter uma renda mensal vitalícia equivalente a R$ 5.000 daqui a 35 anos, você precisaria investir R$ 1.100 todos os meses a partir de hoje.
Já se desejar começar a receber daqui a dez anos, terá que aportar nada menos do que R$ 8.000 por mês no período.
Surpreso com os dados?
Quando eu apresento esse tipo de dado, as pessoas em geral ficam surpresas, negativamente. Decepcionadas ou mesmo sem esperanças.
Afinal, não é pequeno o aporte que se deve fazer, durante muito tempo, para se ter a renda mensal desejada.
Mas é preciso levar em conta que os cálculos se referem a uma renda vitalícia. Ou seja, as retiradas mensais de R$ 5.000 correspondem apenas ao rendimento real do investimento, já descontados o Imposto de Renda e a inflação.
O rendimento previsto, na verdade, é de mais de R$ 5.000, mas uma parte dele não é resgatada e tem o papel de atualizar o patrimônio pela inflação.
Dessa forma, os R$ 5.000 por mês são um valor que, mantidas as condições de juros e inflação, não acaba nunca, podendo ser deixada para os herdeiros quase integralmente, apenas com o desconto do imposto sobre herança (ITCMD).
Não tem o valor para investir?
Outro ponto a ser levado em conta é o fato de que as simulações usam como referência o investimento mais seguro do Brasil, que é o Tesouro Direto.
Existem outros investimentos com rentabilidade maior, que podem fazer você atingir seus objetivos com aportes menores.
É verdade que quanto maior é a expectativa de rentabilidade de um investimento, maior é também o seu risco, mas existem formas de controlar os riscos. Uma delas é diversificar a carteira.
E a inflação?
Os dados acima já descontam a inflação. Os cálculos preveem que a sua renda futura terá o poder de compra equivalente ao de R$ 5.000 hoje.
Além disso, os dados consideram que você reajuste o valor do aporte todos os anos pela inflação. Por exemplo, se você começar investindo R$ 1.000, e a inflação ficar em 10% no primeiro ano, a partir do 13º mês de aporte você passa a aplicar R$ 1.100 mensais.
O título usado na simulação foi o Tesouro IPCA, que reajusta o patrimônio pela inflação, além de pagar juros.
A simulação também considera que você reinvista os juros recebidos, caso opte por algum título do Tesouro que pague juros semestrais.
Alguma dúvida?
Tendo alguma dúvida sobre investimentos, me siga no Instagram e envie uma mensagem por lá. Sua pergunta poderá ser respondida nesta coluna.
Reportagem
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