Brasil compra US$ 10 bilhões em bônus e vira credor do FMI pela primeira vez
ISTAMBUL, Turquia, 5 Out 2009 (AFP) - O Brasil se comprometeu formalmente nesta segunda-feira em adquirir 10 bilhões de dólares em bônus do Fundo Monetário Internacional (FMI), assumindo pela primeira vez a posição de credor desta entidade e refletindo seu crescente peso na economia mundial.
"Passamos da condição de devedores à de credores. É uma mudança radical", declarou à imprensa o ministro da Fazenda Guido Mantega, após entregar uma carta ao diretor geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, na qual ratifica a compra de bônus anunciada em junho.
"É um momento histórico para nós. É a primeira vez na história que o Brasil empresta recursos ao FMI - e, portanto, à comunidade internacional", destacou Mantega, que participa em Istambul da reunião anual do Fundo.
O ministro lembrou que o Brasil se beneficiou em 2002 de um pacote de 30 bilhões de dólares do FMI para enfrentar as turbulências e a onda especulativa provocadas pela eleição de Luis Inácio Lula da Silva à presidência. Foi o maior valor já emprestado pelo organismo financeiro.
Aplicando uma rigorosa política fiscal, Lula saldou toda a dívida no final de 2005.
O Brasil está entre os países que estão conseguindo superar bem a crise econômica mundial, após atravessar uma breve recessão.
Mantega fez o anúncio três dias depois da vitória do Rio de Janeiro na disputa pela organização dos Jogos Olímpicos de 2016, ao derrotar as finalistas Chicago, Tóquio e Madri.
Na carta, entregue em mãos a Strauss-Kahn, o Brasil se compromete a "assinar um acordo de compra de bônus emitidos pelo Fundo no valor de 10 bilhões de dólares, sob condições que serão estabelecidas no contrato que assinaremos", explicou Mantega.
"Faremos uma assinatura por dois anos", indicou o ministro, acrescentando que o acordo será ratificado "nos próximos dias".
"É importante dizer que nós estamos colocando uma parte de nossas reservas, mas isto não significa uma diminuição da disponibilidade de recursos para o Brasil. É apenas uma mudança de ativos", ressaltou Mantega, lembrando que o país decidiu comprar bônus que podem ser vendidos a outros países, sem dar o dinheiro diretamente ao FMI.
"Com estes recursos, o FMI poderá ajudar os países que precisam de liquidez", disse o ministro, explicando que, com esta atitude, o Brasil responde a um apelo feito por Strauss-Kahn aos membros do Fundo para que não acumulem reservas e usem parte delas para dar à instituição os recursos necessários para contribuir com a recuperação da economia.
Segundo Mantega, os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) decidiram comprar um total de 80 bilhões de dólares em bônus do fundo; 50 bilhões serão adquiridos por Pequim e 30 bilhões igualmente divididos por Brasília, Moscou e Nova Délhi.
Agora, os quatro países vão negociar a possibilidade de colocar seus títulos nos Novos Acordos para a Obtenção de Empréstimos (NAP), programa que permitirá ao FMI dispor de 500 bilhões de dólares para conceder empréstimos rápidos a países em dificuldades.
Os BRICs, no entanto, condicionam esta decisão a uma garantia de que seu poder de decisão seja proporcional à contribuição feita ao NAP. O Fundo, por sua vez, se comprometeu no domingo a aumentar em pelo menos 5% as cotas dos países emergentes até 2011.
Os 80 bilhões dos BRICs representam 16% dos 500 bilhões previstos pelo programa, porcentagem que daria ao grupo de quatro países uma minoria de bloqueio.
No domingo, Strauss-Kahn anunciou que sua instituição necessitava de um "aumento considerável" de seus recursos para ajudar os países mais afetados pela crise, a maior desde a Grande Depressão da década de 30.
"Passamos da condição de devedores à de credores. É uma mudança radical", declarou à imprensa o ministro da Fazenda Guido Mantega, após entregar uma carta ao diretor geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, na qual ratifica a compra de bônus anunciada em junho.
"É um momento histórico para nós. É a primeira vez na história que o Brasil empresta recursos ao FMI - e, portanto, à comunidade internacional", destacou Mantega, que participa em Istambul da reunião anual do Fundo.
O ministro lembrou que o Brasil se beneficiou em 2002 de um pacote de 30 bilhões de dólares do FMI para enfrentar as turbulências e a onda especulativa provocadas pela eleição de Luis Inácio Lula da Silva à presidência. Foi o maior valor já emprestado pelo organismo financeiro.
Aplicando uma rigorosa política fiscal, Lula saldou toda a dívida no final de 2005.
O Brasil está entre os países que estão conseguindo superar bem a crise econômica mundial, após atravessar uma breve recessão.
Mantega fez o anúncio três dias depois da vitória do Rio de Janeiro na disputa pela organização dos Jogos Olímpicos de 2016, ao derrotar as finalistas Chicago, Tóquio e Madri.
Na carta, entregue em mãos a Strauss-Kahn, o Brasil se compromete a "assinar um acordo de compra de bônus emitidos pelo Fundo no valor de 10 bilhões de dólares, sob condições que serão estabelecidas no contrato que assinaremos", explicou Mantega.
"Faremos uma assinatura por dois anos", indicou o ministro, acrescentando que o acordo será ratificado "nos próximos dias".
"É importante dizer que nós estamos colocando uma parte de nossas reservas, mas isto não significa uma diminuição da disponibilidade de recursos para o Brasil. É apenas uma mudança de ativos", ressaltou Mantega, lembrando que o país decidiu comprar bônus que podem ser vendidos a outros países, sem dar o dinheiro diretamente ao FMI.
"Com estes recursos, o FMI poderá ajudar os países que precisam de liquidez", disse o ministro, explicando que, com esta atitude, o Brasil responde a um apelo feito por Strauss-Kahn aos membros do Fundo para que não acumulem reservas e usem parte delas para dar à instituição os recursos necessários para contribuir com a recuperação da economia.
Segundo Mantega, os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) decidiram comprar um total de 80 bilhões de dólares em bônus do fundo; 50 bilhões serão adquiridos por Pequim e 30 bilhões igualmente divididos por Brasília, Moscou e Nova Délhi.
Agora, os quatro países vão negociar a possibilidade de colocar seus títulos nos Novos Acordos para a Obtenção de Empréstimos (NAP), programa que permitirá ao FMI dispor de 500 bilhões de dólares para conceder empréstimos rápidos a países em dificuldades.
Os BRICs, no entanto, condicionam esta decisão a uma garantia de que seu poder de decisão seja proporcional à contribuição feita ao NAP. O Fundo, por sua vez, se comprometeu no domingo a aumentar em pelo menos 5% as cotas dos países emergentes até 2011.
Os 80 bilhões dos BRICs representam 16% dos 500 bilhões previstos pelo programa, porcentagem que daria ao grupo de quatro países uma minoria de bloqueio.
No domingo, Strauss-Kahn anunciou que sua instituição necessitava de um "aumento considerável" de seus recursos para ajudar os países mais afetados pela crise, a maior desde a Grande Depressão da década de 30.
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