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Obama anuncia demissão do chefe da Receita após escândalo

15/05/2013 21h47

WASHINGTON, 16 Mai 2013 (AFP) - O presidente Barack Obama anunciou nesta quarta-feira a demissão do chefe da agência fiscal americana devido ao escândalo pela investigação de grupos conservadores ligados ao "Tea Party".

Em uma entrevista coletiva à imprensa, Obama disse que o secretário do Tesouro, Jack Lew, solicitou e obteve a renúncia do chefe do Internal Revenue Service (IRS, a Receita Federal americana), Steven Miller.

Obama também prometeu trabalhar diretamente com o Congresso, enquanto a Casa cumpre seu dever de supervisionar o andamento do caso. Prometeu ainda a implementação de reformas que garantam que fatos como esse não se repetirão.

"Dada a polêmica envolvendo essa auditoria (do escândalo), é importante instituir uma nova liderança que possa ajudar a restaurar a confiança no futuro", afirmou.

Considerando indesculpáveis os fatos, Obama disse que "os americanos têm direito de estar irritados".

"Eu estou revoltado. Não vou tolerar esse tipo de comportamento em nenhuma agência, menos ainda no IRS", disse Obama, na Casa Branca, depois do encontro com autoridades do Departamento do Tesouro. "O IRS deve atuar com total integridade", ressaltou.

"Os responsáveis devem prestar contas. (...) Hoje, o secretário Lew tomou uma primeira iniciativa ao pedir e obter a demissão do diretor interino do IRS", afirmou, acrescentando que "devemos tomar medidas para nos assegurarmos de que nunca mais haverá este tipo de comportamento".

O escândalo explodiu quando veio à tona que oficiais que avaliam os pedidos de status de isento de organizações se concentraram em grupos que incluíssem palavras como "Tea Party", ou "Patriots", ligados aos republicanos e opositores ferrenhos de Obama.

O congressista republicano Darrell Issa disse à rede CNN que Obama deu um "primeiro bom passo" e prometeu uma rígida investigação por parte do Congresso. "O presidente encontrará parceiros com muita boa vontade no Capitólio (Congresso)", garantiu.

"Acho que, nesse caso, vamos acreditar em sua palavra, no sentido de que ele quer ser aberto e transparente para consertar o sistema e estabelecer novos controles", completou Issa.

Já o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, ressaltou que a polêmica está longe de terminar.

"Essas acusações são graves - que houve um esforço para que o poder do governo federal influísse nos que não estão de acordo com a administração federal (...)", disse McConnell.

"Estamos decididos a obter respostas para garantir que esse tipo de intimidação não volte a acontecer no IRS, ou em qualquer outra agência", frisou.

Mais cedo, o procurador-geral Eric Holder compareceu a uma audiência na Câmara de Representantes, onde foi submetido a uma dura sabatina dos congressistas republicanos. Em seu testemunho, Holder prometeu uma investigação em nível nacional sobre as denúncias.

"Os fatos nos levarão para onde tiverem de nos levar", disse Holder, garantindo que a investigação irá além da cidade de Cincinnati, no estado de Ohio, local das denúncias de violação fiscal.