Venezuela: Maduro aumenta gasolina e desvaloriza bolívar diante da crise
Caracas, 18 Fev 2016 (AFP) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quarta-feira o aumento na gasolina mais barata do mundo e uma desvalorização da moeda nacional, o bolívar, para enfrentar a profunda crise econômica do país.
Pela primeira vez em 20 anos, a gasolina super de 95 octanas aumentou, passando de 0,01 dólar para 0,60 dólar, anunciou o presidente em rede nacional de rádio e televisão.
Adiado várias vezes por Maduro, o aumento da gasolina era quase um tabu. Em 1989, o aumento do preço do combustível foi um dos gatilhos do "Caracazo", como ficou conhecida a sangrenta convulsão social ocorrida na época.
"Convoco a paz e o respeito de todas essas decisões necessárias. Chegou a hora de instalarmos um sistema que garanta o acesso aos hidrocarbonetos a preços justos", completou.
Maduro também anunciou reformas no complexo sistema cambial venezuelano que terá apenas duas bandas a partir de sexta-feira. Atualmente, são três.
O dólar para importar alimentos e remédios passou de 6,3 bolívares para 10 bolívares, o que implicou uma desvalorização de 37% da moeda nacional. A outra banda do sistema cambial será "flutuante" a partir dos 200 bolívares por dólar.
"O sistema de câmbio será simplificado em duas bandas (...) busca estimular a produção", disse Maduro, sem dar detalhes do novo regime.
Ele também anunciou um aumento de 20% no salário mínimo, que passará de 9.600 bolívares para 11.520 bolívares.
Economistas se mostraram céticos em relação às medidas.
A Venezuela registrava uma inflação de 141,5% em termos anuais em setembro de 2015 (oficial). No ano passado, a contração econômica foi de quase 7%, e o déficit público alcançou 20%, de acordo com economistas privados, em uma conjuntura adversa pela queda dos preços do petróleo. Atualmente, a commodity se encontra abaixo de 30 dólares o barril.
Com as maiores reservas de petróleo do mundo e altamente dependente das importações, a Venezuela passa por uma seca de dólares agravada pela queda dos preços do cru. O petróleo ainda responde por 96% de suas divisas.
O presidente informou que a receita do país caiu de 42 bilhões de dólares em 2013 para 12,5 bilhões de dólares em 2015, uma queda de 70%.
Economistas independentes atribuem a falta de acesso a divisas ao regime de controle cambial adotado em 2003 pelo governo de Hugo Chávez (1999-2013). Hoje, Maduro reconheceu que este modelo está "esgotado".
O novo sistema de duas bandas, que eliminou uma terceira taxa de câmbio de 13,5 bolívares para matérias-primas e insumos industriais, busca - segundo Nicolás Maduro - fazer que o país salte de uma economia rentista petroleira para um modelo produtivo.
Para o diretor da Econanalítica, Asdrúbal Oliveros, "uma desvalorização ou aumento da gasolina ou de preços não são as medidas que vão tirar a Venezuela da crise. Isso requer muito mais", advertiu.
Pela primeira vez em 20 anos, a gasolina super de 95 octanas aumentou, passando de 0,01 dólar para 0,60 dólar, anunciou o presidente em rede nacional de rádio e televisão.
Adiado várias vezes por Maduro, o aumento da gasolina era quase um tabu. Em 1989, o aumento do preço do combustível foi um dos gatilhos do "Caracazo", como ficou conhecida a sangrenta convulsão social ocorrida na época.
"Convoco a paz e o respeito de todas essas decisões necessárias. Chegou a hora de instalarmos um sistema que garanta o acesso aos hidrocarbonetos a preços justos", completou.
Maduro também anunciou reformas no complexo sistema cambial venezuelano que terá apenas duas bandas a partir de sexta-feira. Atualmente, são três.
O dólar para importar alimentos e remédios passou de 6,3 bolívares para 10 bolívares, o que implicou uma desvalorização de 37% da moeda nacional. A outra banda do sistema cambial será "flutuante" a partir dos 200 bolívares por dólar.
"O sistema de câmbio será simplificado em duas bandas (...) busca estimular a produção", disse Maduro, sem dar detalhes do novo regime.
Ele também anunciou um aumento de 20% no salário mínimo, que passará de 9.600 bolívares para 11.520 bolívares.
Economistas se mostraram céticos em relação às medidas.
A Venezuela registrava uma inflação de 141,5% em termos anuais em setembro de 2015 (oficial). No ano passado, a contração econômica foi de quase 7%, e o déficit público alcançou 20%, de acordo com economistas privados, em uma conjuntura adversa pela queda dos preços do petróleo. Atualmente, a commodity se encontra abaixo de 30 dólares o barril.
Com as maiores reservas de petróleo do mundo e altamente dependente das importações, a Venezuela passa por uma seca de dólares agravada pela queda dos preços do cru. O petróleo ainda responde por 96% de suas divisas.
O presidente informou que a receita do país caiu de 42 bilhões de dólares em 2013 para 12,5 bilhões de dólares em 2015, uma queda de 70%.
Economistas independentes atribuem a falta de acesso a divisas ao regime de controle cambial adotado em 2003 pelo governo de Hugo Chávez (1999-2013). Hoje, Maduro reconheceu que este modelo está "esgotado".
O novo sistema de duas bandas, que eliminou uma terceira taxa de câmbio de 13,5 bolívares para matérias-primas e insumos industriais, busca - segundo Nicolás Maduro - fazer que o país salte de uma economia rentista petroleira para um modelo produtivo.
Para o diretor da Econanalítica, Asdrúbal Oliveros, "uma desvalorização ou aumento da gasolina ou de preços não são as medidas que vão tirar a Venezuela da crise. Isso requer muito mais", advertiu.
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