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Novo gabinete no Brasil será masculino e amigo do mercado

12/05/2016 14h36

Brasília, 12 Mai 2016 (AFP) - O presidente interino Michel Temer designou nesta quinta-feira 21 dos ministros que integrarão seu gabinete, até agora todos homens e em sua maioria políticos ou empresários.

O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, próximo aos mercados, será o novo ministro da Fazenda, e o economista José Serra, ex-governador de São Paulo, estará à frente do Itamaraty, o ministério das Relações Exteriores, disse à AFP um porta-voz de Temer ao confirmar 21 indicações.

A lista é "provisória e haverá mais nomes", disse o porta-voz à AFP.

Temer assumiu a presidência interina do país nesta quinta-feira após a decisão do Senado de suspender Dilma Rousseff para submetê-la a um julgamento de impeachment por maquiar as contas públicas.

Está previsto que Temer, vice e aliado de Dilma que se tornou seu inimigo, fale à nação por volta das 15h30, e que tome juramento de seus ministros.

O ortodoxo Henrique Meirelles assumirá como ministro da Fazenda em um dos piores momentos da economia nacional, que atravessa sua pior recessão em décadas.

Com oito anos à frente do Banco Central do Brasil durante a presidência de Lula (2003-2010) e uma ampla experiência no setor financeiro, este engenheiro e administrador de 70 anos é muito respeitado pelos mercados.

Serra, localizado no espectro mais à esquerda do PSDB, é respeitado nas fileiras da esquerda e da direita e pode se tornar mais uma vez o candidato presidencial do seu partido em 2018.

O ministro-chefe da Casa Civil de Temer será o advogado Eliseu Padilha, do seu próprio partido, o PMDB, e ex-ministro da Aviação Civil durante o governo de Dilma.

Geddel Vieira Lima, um político do PMDB e pecuarista que foi ministro da Integração Nacional durante o governo Lula, será o ministro-chefe da Secretaria de Governo.

O ministro de Agricultura, Pecuária e Abastecimento será Blairo Maggi, um senador do Mato Grosso e poderoso fazendeiro conhecido como "o rei da soja" que pertence ao Partido Progressista (PP). É detestado pelos ecologistas, que o acusam de favorecer o corte ilegal de árvores e o desmatamento da Amazônia e concederam a ele o prêmio "Motosserra de Ouro" em 2005, quando era governador do Mato Grosso.

Dilma Rousseff tinha 32 ministérios, um número altíssimo para poder satisfazer aos interesses da grande coalizão de partidos que precisava para governar.

Já Michel Temer deseja reduzir esta lista a 22 e fundiu ministérios, mas está tendo problemas com seus futuros aliados, informou a imprensa local.

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