Zona do euro escapa da deflação ameaçada por Brexit
Bruxelas, 30 Jun 2016 (AFP) - A inflação na zona do euro saiu do terreno deflacionário em junho - a 0,1% segundo uma primeira estimativa da Eurostat -, estimulada por um aumento dos preços da energia, mas a incerteza que rodeia o Brexit ameaça com um novo golpe a evolução dos preços.
O aumento dos preços é bem-vindo após meses de esforços do Banco Central Europeu para estimular o índice com um programa sem precedentes, cujo objetivo é impulsionar a fraca economia europeia.
A evolução dos preços em alta de dois décimos em relação ao mês de maio é superior à estimativa do fornecedor de informações financeiras Factset, que previu evolução nula.
O índice de preços volta, assim, ao campo positivo. Entre fevereiro e maio, os preços da zona do euro se contraíram ou permaneceram iguais.
Os preços da energia, que caem desde meados de 2014, continuaram arrastando os preços em geral, embora tenham registrado melhora (-6,5%) em relação a maio (-8,1%).
A inflação subjacente, que não considera os preços da energia, os alimentos, as bebidas alcoólicas e o cigarro, voltou a subir um décimo, a 0,9%.
"Achamos que o mês de maio pode ser o último mês de deflação", afirmou Howard Archer, analista do IHS.
No entanto, se as consequências do Brexit pesarem de maneira "significativa no crescimento da zona do euro", haverá "um risco crescente" de que a inflação permaneça "em níveis muito baixos", acrescentou.
"A incerteza sobre os efeitos do Brexit poderá ter uma influência negativa no "crescimento dos salários" e "aumentar a reticência das empresas a aumentar seus preços nos próximos meses", opinou Jennifer McKeown, analista da Capital Economics.
"Por isso estimamos que o BCE deverá fazer mais para alcançar o objetivo de uma inflação próxima a 2%", acrescentou.
"Não acreditamos que o Brexit tenha um grande impacto na inflação da zona do euro", estimou Johannes Gareis, economista da Natixis, para quem a evolução dos preços "seguirá a alta nos próximos meses" favorecida pela queda dos preços do petróleo.
O Banco Central Europeu (BCE) implementou esforços inéditos para estimular a fraca economia europeia e levar a inflação para aproximadamente 2%.
Este mês a instituição começou a controversa compra de títulos emitidos por empresas da zona do euro, mais uma ferramenta do arsenal de medidas dos últimos meses, apesar das críticas da Alemanha, que considera que essas ações ultrapassam suas prerrogativas.
A instituição de Frankfurt reduziu seus juros a praticamente zero porcento e inundou os mercados financeiros com compras de títulos de dívidas soberanas. Em março, aumentou de 60 bilhões para 80 bilhões de euros mensais sua intervenção nos mercados da dívida das 19 economias da zona do euro.
Segundo o BCE, a alta desse ano será de 0,2%. Em 2017 alcançará 1,3% e em 2018, 1,6%.
Por país, os preços ao consumo aumentaram 0,3% em junho na Alemanha e 0,1% na França. A Espanha registrou uma contração de 0,9% na inflação e a Itália, de 0,4%.
bur-pa/tjc/es/cc/mvv
O aumento dos preços é bem-vindo após meses de esforços do Banco Central Europeu para estimular o índice com um programa sem precedentes, cujo objetivo é impulsionar a fraca economia europeia.
A evolução dos preços em alta de dois décimos em relação ao mês de maio é superior à estimativa do fornecedor de informações financeiras Factset, que previu evolução nula.
O índice de preços volta, assim, ao campo positivo. Entre fevereiro e maio, os preços da zona do euro se contraíram ou permaneceram iguais.
Os preços da energia, que caem desde meados de 2014, continuaram arrastando os preços em geral, embora tenham registrado melhora (-6,5%) em relação a maio (-8,1%).
A inflação subjacente, que não considera os preços da energia, os alimentos, as bebidas alcoólicas e o cigarro, voltou a subir um décimo, a 0,9%.
"Achamos que o mês de maio pode ser o último mês de deflação", afirmou Howard Archer, analista do IHS.
No entanto, se as consequências do Brexit pesarem de maneira "significativa no crescimento da zona do euro", haverá "um risco crescente" de que a inflação permaneça "em níveis muito baixos", acrescentou.
"A incerteza sobre os efeitos do Brexit poderá ter uma influência negativa no "crescimento dos salários" e "aumentar a reticência das empresas a aumentar seus preços nos próximos meses", opinou Jennifer McKeown, analista da Capital Economics.
"Por isso estimamos que o BCE deverá fazer mais para alcançar o objetivo de uma inflação próxima a 2%", acrescentou.
"Não acreditamos que o Brexit tenha um grande impacto na inflação da zona do euro", estimou Johannes Gareis, economista da Natixis, para quem a evolução dos preços "seguirá a alta nos próximos meses" favorecida pela queda dos preços do petróleo.
O Banco Central Europeu (BCE) implementou esforços inéditos para estimular a fraca economia europeia e levar a inflação para aproximadamente 2%.
Este mês a instituição começou a controversa compra de títulos emitidos por empresas da zona do euro, mais uma ferramenta do arsenal de medidas dos últimos meses, apesar das críticas da Alemanha, que considera que essas ações ultrapassam suas prerrogativas.
A instituição de Frankfurt reduziu seus juros a praticamente zero porcento e inundou os mercados financeiros com compras de títulos de dívidas soberanas. Em março, aumentou de 60 bilhões para 80 bilhões de euros mensais sua intervenção nos mercados da dívida das 19 economias da zona do euro.
Segundo o BCE, a alta desse ano será de 0,2%. Em 2017 alcançará 1,3% e em 2018, 1,6%.
Por país, os preços ao consumo aumentaram 0,3% em junho na Alemanha e 0,1% na França. A Espanha registrou uma contração de 0,9% na inflação e a Itália, de 0,4%.
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