Entidades defendem corte de gastos do governo Temer em grande campanha publicitária
Rio de Janeiro, 9 Out 2016 (AFP) - Centenas de entidades comerciais, industriais e de serviços do Brasil compraram neste domingo quatro páginas nos principais jornais para defender o congelamento do gasto público durante 20 anos, impulsionada pelo governo liberal-conservador de Michel Temer.
A medida faz parte da intensa campanha para rebater as críticas ao projeto, principalmente pelo impacto que poderá ter nas áreas de saúde e educação. O governo alega, entretanto, que essa é única alternativa para evitar "a quebra" do país.
A nova reviravolta aconteceu na sexta-feira, quando o Ministério Público Federal alertou que o congelamento do gasto por duas décadas, que o Congresso se apressa em votar, "viola a separação dos poderes" e levará a "limitar, prejudicar, enfraquecer o desempenho do Poder Judiciário".
Segundo o MP, isso aconteceria porque o congelamento pode "diminuir a atuação estatal em relação às demandas da sociedade, entre elas o combate à corrupção".
O ministro de Fazenda, Henrique Meirelles, atribuiu a crítica à defesa de interesses setoriais. "Todas as instituições são tratadas do mesmo modo nessa proposta", afirmou, reconhecendo que a contestação se trata de um "processo normal, de diversas categorias que defendem seus interesses".
Meirelles ressaltou, contudo, que esse congelamento é um "processo legítimo de emenda constitucional", característico da democracia", disse de Washington, onde participou da reunião semestral do FMI e do Banco Mundial.
"O teto de gastos é um remédio indispensável", proclama em grandes letras verdes de forma, sobre o fundo bege, o comunicado empresarial publicado neste domingo.
"Não há alternativa, é preciso colocar já um limite no crescimento dos gastos do governo. Ou seja, fazer o que as famílias e as empresas já fazem: gastar apenas o que se ganha. A PEC do Teto do Gasto, como é chamada, é uma medida fundamental para recuperar a nossa credibilidade, reduzir o endividamento e os juros, aumentar a oferta de crédito e retomar o tão necessário crescimento econômico com geração de emprego".
"Vamos tirar o Brasil do vermelho", proclamava outro anúncio de página inteira, publicado na semana passada pelo governo.
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