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Bolsas europeias fecham em alta, apesar da demissão de premiê italiano

05/12/2016 17h28

Londres, 5 dez 2016 (AFP) - As bolsas europeias fecharam nesta segunda-feira no azul e o euro se recuperou depois da vitória do não no referendo de domingo na Itália e a renúncia do chefe de Governo italiano Matteo Renzi.

Os mercados da região começaram o dia no negativo, com quedas de 2% na bolsa de Milão, mas logo se recuperaram, incentivados também pela derrota do candidato da extrema direita às presidenciais da Áustria.

A bolsa da Alemanha fechou em alta de 1,6%, Paris ganhou 1,0%, Londres 0,2% e Madri 0,67%. Apenas Milão fechou com perdas de 0,2%, com os valores bancários cedendo entre 3% e 8%.

"O referendo na Itália é a principal notícia que dominará os mercados na segunda-feira depois que Renzi se demitiu após uma dura derrota", disse o analista do GKFX, James Hughes.

"A reação inicial do mercado foi cair, mas a decisão de Renzi de se demitir tão rapidamente após o resultado clareia as coisas e fez subir as ações e o euro", acrescentou.

Renzi cumpriu sua promessa e demitiu-se após o repúdio à sua proposta de reforma constitucional que levou o euro ao seu nível mais baixo desde março de 2015 - 1,0506 dólar por um euro - embora logo tenha se recuperado até 1,07 dólar.

Sua proposta de mudar a Constituição de 1948 com uma drástrica redução dos poderes do Senado para facilitar a governabilidade e acelerar o processo legislativo não convenceu a maioria dos italianos.

"Os mercados europeus foram surpreendentemente resistentes depois de dissipado o medo inicial de uma nova crise na zona do euro", disse o analista da IG Joshua Mahony.

Os mercados interpretam a derrota de Renzi como um passo a mais no movimento que começou com a vitória do Brexit no Reino Unido e se seguiu com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, indica o analista da Spreadex Connor Campbell.

"O referendo foi visto mais como um julgamento do mandato de Renzi do que contra suas reformas", assegurou, advertindo também para suas possíveis consequências para o frágil setor bancário italiano.

O referendo também fez subir até 2,062% a taxa de juros do bônus italiano com dez anos de prazo, seu maior aumento desde a terça-feira, em comparação com o 1,902% de sexta-feira.

Os analistas temem que a instabilidade política complique os esforços do país para se desfazer dos créditos duvidosos no setor bancário.

"O medo sobre o futuro dos bancos italianos e os planos de recapitalização estão em dúvida após a demissão de Renzi", assegura Mahony.

Alguns investidores também acreditam que o não poderia ser o primeiro passo da saída da Itália da zona do euro.

"A Itália deu o primeiro passo em um caminho que poderia levá-la para fora da zona do euro", advertiu o economista Jack Allen, do centro Capital Economics, com sede em Londres.

"Ainda há muitos obstáculos para a saída da Itália. Mas enquanto o futuro do país continue sendo incerto, os juros dos bônus provavelmente continuarão subindo e o governo talvez terá que recapitalizar alguns dos bancos mais frágeis", acrescentou.

O referendo na Itália também afetou os mercados asiáticos. O Nikkei 225 da bolsa de Tóquio fechou em queda de 0,82% e também caíram os índices de Xangai (-1,2%), Sydney (-0,8%) e Seul (-0,4%).

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