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Privatização da Eletrobras exclui termonucleares e Itaipu

22/08/2017 16h58

Brasília, 22 Ago 2017 (AFP) - O Ministério de Minas e Energia anunciou, nesta terça-feira, que o modelo de privatização da Eletrobras ainda não foi definido e que deve excluir as usinas termonucleares e a central hidrelétrica de Itaipu. O anúncio de venda da companhia, nesta segunda-feira, deixou o mercado de ações eufórico.

O processo pode render 20 bilhões de reais ao governo e vai começar a ser discutido nesta quarta-feira, segundo o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, quando o projeto de privatização será apresentado ao Programa de Parcerias e Investimentos (PPI).

"Esse movimento fortalece a Eletrobras como player de mercado", afirmou o ministro.

Apesar de ser improvável que a privatização seja concluída ainda no mandato do presidente Michel Temer, que termina em 31 de dezembro de 2018, os investidores receberam a notícia com animação.

Às 12H05, os papeis ordinários da empresa estavam a 19,95 reais (+40,35%) e os preferenciais a 22,51 reais (+26,25%).

Segundo um comunicado divulgado pelo Ministério na noite de segunda, a privatização "trará maior competitividade e agilidade à empresa para gerir suas operações, sem as amarras impostas às estatais".

O governo poderá escolher entre vender o controle total da Eletrobras ou abrir seu capital para pulverizar a participação acionária do Estado, garantindo o direito de veto a decisões contrárias aos seus interesses, com uma "golden share", ou "ação de ouro", explicou a assessoria do órgão à AFP.

Atualmente, o governo tem 40,98% do capital da Eletrobras, e o BNDES tem 18,72%.

O processo não vai incluir as usinas termonucleares - que têm uma regulamentação específica - nem a hidrelétrica de Itaipu, que é binacional, dividida entre Brasil e Paraguai.

A ex-presidente Dilma Rousseff, que sofreu um impeachment no ano passado e foi ministra de Minas de Energia durante o governo Lula, criticou a decisão pelo Twitter.

"Vender a Eletrobras é abrir mão da segurança energética. Como ocorreu em 2001, no governo FHC, significa deixar o País sujeito a apagões", opinou Rousseff. "Já entregaram as termelétricas da Petrobrás. Pretendem vender na bacia das almas nossas principais hidrelétricas e linhas de transmissão", completou.

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