Presidente Ramaphosa promete 'novo começo' para a África do Sul
Cidade do Cabo, 16 Fev 2018 (AFP) - O novo chefe de Estado sul-africano, Cyril Ramaphosa, prometeu nesta sexta-feira (16) um "novo começo" para o país, empregos e o fim da corrupção, em seu primeiro grande discurso, após a demissão de Jacob Zuma, que teve a Presidência marcada por escândalos.
"Temos que deixar para trás toda a negatividade que perturbou o nosso país porque um novo começo nos espera. Chegou um começo maravilhoso", declarou Ramaphosa no Parlamento, na apresentação das grandes diretrizes de seu programa.
O presidente reafirmou sua determinação de erradicar a corrupção que caracterizou a era Zuma. "Este é o ano em que mudaremos o curso da corrupção nas instituições públicas", disse.
Durante mais de uma hora, o primeiro discurso sobre o estado da nação deste ex-sindicalista que se tornou empresário foi acolhido com múltiplos aplausos.
Uma situação muito diferente da das últimas aparições de Zuma perante os deputados, nas que a oposição gritava e armava escândalos.
"O último discurso positivo deste tipo que ouvi foi o que pronunciou Madiba (o apelido de Nelson Mandela) em 1994", lembrou entusiasmado Narend Singh, o líder do Inkatha Freedom Party (IFP), na oposição.
No poder havia quase nove anos, Zuma, de 75 anos, foi obrigado a renunciar na noite de quarta-feira, abandonado pelo seu próprio partido, o Congresso Nacional Africano (ANC).
- 'Emprego e transformação' -A chegada de Ramaphosa gera uma imensa expectativa em uma população cuja grande maioria vive na pobreza, um quarto de século depois da queda do apartheid.
Nesta sexta-feira, o presidente prometeu levar o país por "um novo caminho de crescimento, emprego e transformação".
Entre suas prioridades, citou o trabalho dos jovens, cuja taxa de desemprego é que quase 50%. "É uma urgência absoluta oferecer a um maior número de nossos jovens um lugar na economia produtiva", insistiu.
Também se comprometeu a devolver a confiança aos investidores e mercados, que castigaram o final do governo de Jacob Zuma com a degradação da nota financeira do país.
"Decisões difíceis terão que ser tomadas", especialmente para "estabilizar nossa dívida e estabelecer a saúde de nossas empresas públicas", acrescentou, em um contexto econômico difícil, com empresas públicas muito endividadas.
Em relação à corrupção, o novo chefe de Estado se disse satisfeito com a abertura "próxima" dos trabalhos da comissão de investigação judicial sobre a "captura do Estado", termo que designa o saque sistemático de recursos públicos que seu predecessor é acusado de ter encoberto.
Em 2016, um relatório oficial revelou a implicação de uma poderosa família de empresários, os Gupta, na gestão dos temas de Estado do país.
A oposição se mostrou satisfeita com o tom do discurso do novo presidente, embora tenha lamentado o fundo das palavras do "camarada Ramaphosa".
"Nove anos de presidência Zuma fizeram retroceder nossa nação", lamentou o chefe da Aliança Democrática (DA), Mmusi Maimane. "Infelizmente, o presidente Ramaphosa não demonstrou esta noite que podia aplicar as mudanças de que necessitamos desesperadamente".
Após o discurso do novo presidente, espera-se que haja uma reorganização governamental.
"Ramaphosa provavelmente vai se desfazer de todos os aliados de Zuma em uma reorganização (ministerial), mas só depois da apresentação do orçamento", estima o analista Darias Jonker, do Eurasia Group.
gw-bed/pa/jpc/es/db/mvv
"Temos que deixar para trás toda a negatividade que perturbou o nosso país porque um novo começo nos espera. Chegou um começo maravilhoso", declarou Ramaphosa no Parlamento, na apresentação das grandes diretrizes de seu programa.
O presidente reafirmou sua determinação de erradicar a corrupção que caracterizou a era Zuma. "Este é o ano em que mudaremos o curso da corrupção nas instituições públicas", disse.
Durante mais de uma hora, o primeiro discurso sobre o estado da nação deste ex-sindicalista que se tornou empresário foi acolhido com múltiplos aplausos.
Uma situação muito diferente da das últimas aparições de Zuma perante os deputados, nas que a oposição gritava e armava escândalos.
"O último discurso positivo deste tipo que ouvi foi o que pronunciou Madiba (o apelido de Nelson Mandela) em 1994", lembrou entusiasmado Narend Singh, o líder do Inkatha Freedom Party (IFP), na oposição.
No poder havia quase nove anos, Zuma, de 75 anos, foi obrigado a renunciar na noite de quarta-feira, abandonado pelo seu próprio partido, o Congresso Nacional Africano (ANC).
- 'Emprego e transformação' -A chegada de Ramaphosa gera uma imensa expectativa em uma população cuja grande maioria vive na pobreza, um quarto de século depois da queda do apartheid.
Nesta sexta-feira, o presidente prometeu levar o país por "um novo caminho de crescimento, emprego e transformação".
Entre suas prioridades, citou o trabalho dos jovens, cuja taxa de desemprego é que quase 50%. "É uma urgência absoluta oferecer a um maior número de nossos jovens um lugar na economia produtiva", insistiu.
Também se comprometeu a devolver a confiança aos investidores e mercados, que castigaram o final do governo de Jacob Zuma com a degradação da nota financeira do país.
"Decisões difíceis terão que ser tomadas", especialmente para "estabilizar nossa dívida e estabelecer a saúde de nossas empresas públicas", acrescentou, em um contexto econômico difícil, com empresas públicas muito endividadas.
Em relação à corrupção, o novo chefe de Estado se disse satisfeito com a abertura "próxima" dos trabalhos da comissão de investigação judicial sobre a "captura do Estado", termo que designa o saque sistemático de recursos públicos que seu predecessor é acusado de ter encoberto.
Em 2016, um relatório oficial revelou a implicação de uma poderosa família de empresários, os Gupta, na gestão dos temas de Estado do país.
A oposição se mostrou satisfeita com o tom do discurso do novo presidente, embora tenha lamentado o fundo das palavras do "camarada Ramaphosa".
"Nove anos de presidência Zuma fizeram retroceder nossa nação", lamentou o chefe da Aliança Democrática (DA), Mmusi Maimane. "Infelizmente, o presidente Ramaphosa não demonstrou esta noite que podia aplicar as mudanças de que necessitamos desesperadamente".
Após o discurso do novo presidente, espera-se que haja uma reorganização governamental.
"Ramaphosa provavelmente vai se desfazer de todos os aliados de Zuma em uma reorganização (ministerial), mas só depois da apresentação do orçamento", estima o analista Darias Jonker, do Eurasia Group.
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