Trump ameaça Congresso com uma nova paralisação do governo
Washington, 23 Mar 2018 (AFP) - O presidente americano, Donald Trump, surpreendeu Washington nesta sexta-feira (23) ao ameaçar vetar a lei orçamentária aprovada na madrugada pelo Congresso, arriscando uma nova paralisação do governo.
Ele se frustrou porque a lei aprovada não inclui seus planos sobre imigração.
O anúncio, em contradição explícita com a posição divulgada na véspera por seu diretor de Orçamento, que prometeu que o presidente assinaria o texto, reforçou ainda mais a impressão de que um caos reina na Casa Branca.
Se Trump não promulgar a lei nesta sexta-feira, o governo federal ficará sem financiamento a partir de meia-noite e será obrigado e deixar de funcionar parcialmente - o que seria o terceiro "shutdown" do ano.
Em um tuíte, Trump disse que avalia o veto porque a lei de orçamento aprovada prevê financiamento insuficiente para o muro e não trata da situação de centenas de milhares de jovens imigrantes indocumentados que estão em um limbo legal desde que ele cancelou o programa Daca, criado por seu antecessor Barack Obama.
"Estou considerando um VETO da lei de orçamento baseado no fato de que os mais de 800.000 de destinatários do DACA foram totalmente abandonados pelos democratas (sequer são mencionados na lei) e o MURO FRONTEIRIÇO, desesperadamente necessário para nossa defesa nacional, não está totalmente financiado", tuitou o presidente.
O veto só poderia ser anulado com uma nova votação de dois terços da Câmara de Representantes e do Senado.
Além da improbabilidade política de chegar em poucas horas ao acordo que o Congresso não alcançou em vários meses, há um obstáculo prático: a maioria dos legisladores deixaram a capital federal na noite desta quinta, ou estão se preparando para fazê-lo na manhã desta sexta, para um recesso de duas semanas.
A lei foi negociada durante semanas pela maioria republicana e a oposição democrata do Congresso.
O orçamento aprovado, de quase 1,3 trilhão de dólares, permitirá o funcionamento do governo federal até o fim do atual ano orçamentário, em 30 de setembro.
- 'A resposta é sim' -Trump, os republicanos e os democratas penam há meses para atingir um acordo que regularize a situação de milhares de jovens imigrantes, em troca de um endurecimento da política migratória e do financiamento da construção do alto muro de cimento na fronteira com o México prometido pelo mandatário em sua campanha.
Este acordo, contudo, foi impossível.
Trump acabou conseguindo apenas 1,6 bilhão de dólares para construir cercas e renovar algumas dezenas de quilômetros do muro - bem menos que os 25 bilhões de dólares que tinha pedido inicialmente.
Os democratas não conseguiram nada para os "dreamers" - como são chamados os jovens imigrantes que chegaram aos Estados Unidos de forma ilegal durante a infância.
Este é um dos motivos por que 77 dos 192 deputados democratas votaram contra o texto nesta quinta-feira.
Entre os republicanos, 90 dos 238 se oposeram, revoltados com o aumento do gasto público previsto pela lei. No Senado, a lei recebeu 65 votos a favor e 32 contra.
A Casa Branca admitiu, na quinta, que a lei não trazia tudo que Trump queria, mas disse que o presidente estava pronto para assiná-la.
"O presidente assinará a lei? A resposta é sim", afirmou Mick Mulvaney, diretor de orçamento da Casa Branca, à imprensa. "Ela é perfeita? Não. É exatamente o que pedimos? Não", acrescentou.
O tuíte de Trump provocou consternação entre os legisladores democratas, que acusaram o presidente de hipocrisia.
"Não vamos esquecer que você revogou o Daca e atacou todos os possíveis acordos bipartidários. Isso é culpa sua", afirmou o democrata Tim Ryan.
ico-jca/ad/yow/ll
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Ele se frustrou porque a lei aprovada não inclui seus planos sobre imigração.
O anúncio, em contradição explícita com a posição divulgada na véspera por seu diretor de Orçamento, que prometeu que o presidente assinaria o texto, reforçou ainda mais a impressão de que um caos reina na Casa Branca.
Se Trump não promulgar a lei nesta sexta-feira, o governo federal ficará sem financiamento a partir de meia-noite e será obrigado e deixar de funcionar parcialmente - o que seria o terceiro "shutdown" do ano.
Em um tuíte, Trump disse que avalia o veto porque a lei de orçamento aprovada prevê financiamento insuficiente para o muro e não trata da situação de centenas de milhares de jovens imigrantes indocumentados que estão em um limbo legal desde que ele cancelou o programa Daca, criado por seu antecessor Barack Obama.
"Estou considerando um VETO da lei de orçamento baseado no fato de que os mais de 800.000 de destinatários do DACA foram totalmente abandonados pelos democratas (sequer são mencionados na lei) e o MURO FRONTEIRIÇO, desesperadamente necessário para nossa defesa nacional, não está totalmente financiado", tuitou o presidente.
O veto só poderia ser anulado com uma nova votação de dois terços da Câmara de Representantes e do Senado.
Além da improbabilidade política de chegar em poucas horas ao acordo que o Congresso não alcançou em vários meses, há um obstáculo prático: a maioria dos legisladores deixaram a capital federal na noite desta quinta, ou estão se preparando para fazê-lo na manhã desta sexta, para um recesso de duas semanas.
A lei foi negociada durante semanas pela maioria republicana e a oposição democrata do Congresso.
O orçamento aprovado, de quase 1,3 trilhão de dólares, permitirá o funcionamento do governo federal até o fim do atual ano orçamentário, em 30 de setembro.
- 'A resposta é sim' -Trump, os republicanos e os democratas penam há meses para atingir um acordo que regularize a situação de milhares de jovens imigrantes, em troca de um endurecimento da política migratória e do financiamento da construção do alto muro de cimento na fronteira com o México prometido pelo mandatário em sua campanha.
Este acordo, contudo, foi impossível.
Trump acabou conseguindo apenas 1,6 bilhão de dólares para construir cercas e renovar algumas dezenas de quilômetros do muro - bem menos que os 25 bilhões de dólares que tinha pedido inicialmente.
Os democratas não conseguiram nada para os "dreamers" - como são chamados os jovens imigrantes que chegaram aos Estados Unidos de forma ilegal durante a infância.
Este é um dos motivos por que 77 dos 192 deputados democratas votaram contra o texto nesta quinta-feira.
Entre os republicanos, 90 dos 238 se oposeram, revoltados com o aumento do gasto público previsto pela lei. No Senado, a lei recebeu 65 votos a favor e 32 contra.
A Casa Branca admitiu, na quinta, que a lei não trazia tudo que Trump queria, mas disse que o presidente estava pronto para assiná-la.
"O presidente assinará a lei? A resposta é sim", afirmou Mick Mulvaney, diretor de orçamento da Casa Branca, à imprensa. "Ela é perfeita? Não. É exatamente o que pedimos? Não", acrescentou.
O tuíte de Trump provocou consternação entre os legisladores democratas, que acusaram o presidente de hipocrisia.
"Não vamos esquecer que você revogou o Daca e atacou todos os possíveis acordos bipartidários. Isso é culpa sua", afirmou o democrata Tim Ryan.
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