UE proíbe três pesticidas neonicotinoides perigosos para as abelhas
Bruxelas, 27 Abr 2018 (AFP) -
A União Europeia estendeu nesta sexta-feira (27) a proibição de três neonicotinoides, pesticidas perigosos para as abelhas, em todos os cultivos em campo aberto, para defender a biodiversidade e o meio ambiente.
A abelha Bernie, um balão gigante no formato do inseto colocado pelo coletivo Avaaz nesta sexta-feira de manhã em frente aos edifícios da UE em Bruxelas, pode comemorar. Defendida pela Comissão Europeia, a proibição foi votada por uma maioria qualificada de Estados-membros durante um comitê técnico a portas fechadas.
Dezesseis deles, o mínimo requerido, apoiaram a proposta, segundo fontes coincidentes. Entre eles França, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália, Holanda e Luxemburgo.
No total, os apoios representam "três quartos da população da UE", disse a Comissão. "A saúde das abelhas tem uma importância crucial para mim, porque diz respeito à biodiversidade, à produção de alimentos e ao meio ambiente", disse o comissário europeu de Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis.
O futuro da clotianidina, do imidacloprid e do tiametoxam - substâncias neurotóxicas muito utilizadas que atacam o sistema nervoso dos insetos - estava em suspenso desde 2013, após uma primeira avaliação negativa da Agência Europeia para a Segurança dos Alimentos (Efsa).
A agência confirmou sua opinião no final de fevereiro, apoiando o desejo do executivo europeu de ampliar a proibição.
De agora em diante se aplicará a todos os cultivos ao ar livre, com a única exceção da utilização em estufa, contanto que as sementes e plantas não saiam de seu abrigo fechado. Bruxelas espera que entre em vigor até o final do ano.
Em 2013, a UE já havia imposto em primeira instância restrições sobre estas três substâncias, mas duas gigantes do setor químico apelaram contra a decisão, a suíça Syngenta e a alemã Bayer.
A moratória parcial incluiu as plantações que atraem as abelhas (milho, girassol, entre outros), com algumas poucas exceções. A UE não aguardou o resultado do processo no Tribunal da UE, ainda em curso.
- Agricultura e meio ambiente -"Com um julgamento da justiça europeia previsto para 17 de maio, é uma decisão prematura, indesejável, mesmo que não seja totalmente inesperada", disse Graeme Taylor, da ECPA, a Associação Europeia de Produtores de Produtos Fitossanitários.
"É lamentável que uma decisão tenha sido tomada para restringir ainda mais o uso de substâncias que são de grande importância para a agricultura na Europa", continuou.
"A agricultura europeia sofrerá com esta decisão", prevê Taylor.
Para a Bayer, a decisão "reduzirá ainda mais a capacidade dos agricultores europeus de se defenderem contra pragas importantes, para muitas das quais não há tratamentos alternativos disponíveis".
"As evidências mostram claramente que os neonicotinoides representam uma ameaça mínima para a saúde das abelhas em comparação com a escassez de alimentos, as doenças e as baixas temperaturas", afirmou seu concorrente Syngenta.
Mas para Sandra Bell, da ONG Friends of the Earth, a extensão da proibição é "uma enorme vitória para nossas abelhas e, em geral, o meio ambiente". Ela insta à Comissão a ajudar os agricultores a abandonarem o uso de pesticidas.
Para alguns apicultores é preciso ir ainda mais longe.
"Não me sinto nem um pouco aliviado por esta decisão de hoje (...) porque as três substâncias proibidas foram substituídas por outras piores, sobretudo o tiaclopride, e o massacre de abelhas continua", disse José Nadan, secretário do Sindicato de Apicultores Profissionais da Bretanha.
A União Europeia estendeu nesta sexta-feira (27) a proibição de três neonicotinoides, pesticidas perigosos para as abelhas, em todos os cultivos em campo aberto, para defender a biodiversidade e o meio ambiente.
A abelha Bernie, um balão gigante no formato do inseto colocado pelo coletivo Avaaz nesta sexta-feira de manhã em frente aos edifícios da UE em Bruxelas, pode comemorar. Defendida pela Comissão Europeia, a proibição foi votada por uma maioria qualificada de Estados-membros durante um comitê técnico a portas fechadas.
Dezesseis deles, o mínimo requerido, apoiaram a proposta, segundo fontes coincidentes. Entre eles França, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Itália, Holanda e Luxemburgo.
No total, os apoios representam "três quartos da população da UE", disse a Comissão. "A saúde das abelhas tem uma importância crucial para mim, porque diz respeito à biodiversidade, à produção de alimentos e ao meio ambiente", disse o comissário europeu de Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis.
O futuro da clotianidina, do imidacloprid e do tiametoxam - substâncias neurotóxicas muito utilizadas que atacam o sistema nervoso dos insetos - estava em suspenso desde 2013, após uma primeira avaliação negativa da Agência Europeia para a Segurança dos Alimentos (Efsa).
A agência confirmou sua opinião no final de fevereiro, apoiando o desejo do executivo europeu de ampliar a proibição.
De agora em diante se aplicará a todos os cultivos ao ar livre, com a única exceção da utilização em estufa, contanto que as sementes e plantas não saiam de seu abrigo fechado. Bruxelas espera que entre em vigor até o final do ano.
Em 2013, a UE já havia imposto em primeira instância restrições sobre estas três substâncias, mas duas gigantes do setor químico apelaram contra a decisão, a suíça Syngenta e a alemã Bayer.
A moratória parcial incluiu as plantações que atraem as abelhas (milho, girassol, entre outros), com algumas poucas exceções. A UE não aguardou o resultado do processo no Tribunal da UE, ainda em curso.
- Agricultura e meio ambiente -"Com um julgamento da justiça europeia previsto para 17 de maio, é uma decisão prematura, indesejável, mesmo que não seja totalmente inesperada", disse Graeme Taylor, da ECPA, a Associação Europeia de Produtores de Produtos Fitossanitários.
"É lamentável que uma decisão tenha sido tomada para restringir ainda mais o uso de substâncias que são de grande importância para a agricultura na Europa", continuou.
"A agricultura europeia sofrerá com esta decisão", prevê Taylor.
Para a Bayer, a decisão "reduzirá ainda mais a capacidade dos agricultores europeus de se defenderem contra pragas importantes, para muitas das quais não há tratamentos alternativos disponíveis".
"As evidências mostram claramente que os neonicotinoides representam uma ameaça mínima para a saúde das abelhas em comparação com a escassez de alimentos, as doenças e as baixas temperaturas", afirmou seu concorrente Syngenta.
Mas para Sandra Bell, da ONG Friends of the Earth, a extensão da proibição é "uma enorme vitória para nossas abelhas e, em geral, o meio ambiente". Ela insta à Comissão a ajudar os agricultores a abandonarem o uso de pesticidas.
Para alguns apicultores é preciso ir ainda mais longe.
"Não me sinto nem um pouco aliviado por esta decisão de hoje (...) porque as três substâncias proibidas foram substituídas por outras piores, sobretudo o tiaclopride, e o massacre de abelhas continua", disse José Nadan, secretário do Sindicato de Apicultores Profissionais da Bretanha.
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