Copom deve manter Selic em 6,5%
Rio de Janeiro, 19 Jun 2018 (AFP) - O Banco Central (BC) deve manter, nesta quarta-feira, sua taxa básica de juros, a Selic, em 6,5%, avaliando que a recente greve dos caminhoneiros e a desvalorização do real frente ao dólar não influenciaram a inflação, segundo a ampla maioria dos analistas.
"A política monetária olha para as expectativas de inflação e o balanço de riscos, e não será usada para controlar taxa de câmbio", afirmou no começo do mês o presidente do BC, Ilan Goldfajn, cortando apostas a favor de uma alta da Selic, que está em seu mínimo histórico desde março.
O BC interrompeu um ciclo de 12 cortes consecutivos da Selic em maio, alegando a extrema "volatilidade" dos mercados e a "frustração" causada pela estagnação das medidas de ajuste que considera indispensáveis para reduzir os déficits públicos.
Desde então, esses fatores se agravaram.
A alta dos juros nos Estados Unidos e a guerra comercial entre Washington e Pequim levaram os investidores a buscar destinos mais rentáveis ou seguros para seus capitais, em detrimento dos mercados emergentes.
O dólar chegou a beirar os R$ 4 há duas semanas pela primeira vez em dois anos. O BC freou a alta com fortes intervenções através da venda de dólares no mercado futuro, os swaps.
Na semana passada, esses swaps chegaram a 24,5 bilhões de dólares, e nessa semana devem alcançar outros 10 bilhões.
Nesta segunda-feira, o BC precisou apagar outro incêndio, depois que uma fonte anônima da instituição disse à agência Bloomberg que esse ritmo de intervenções seria insustentável até as eleições - para a qual não desponta nenhum candidato favorito pró-mercado.
"Informações ou opiniões atribuídas a membros da diretoria colegiada ou a 'técnicos' do BC não compõem a comunicação oficial do BC e não devem ser encaradas como manifestações desta Autarquia", afirmou o BC em nota.
- Menor crescimento, mais inflação -A greve dos caminhoneiros que no fim de maio paralisou o país durante mais de uma semana reduziu as expectativas de crescimento e aumentou as projeções de inflação.
As projeções de expansão do PIB em 2018 caíram de 2,45% há cinco semanas para 1,76%, segundo a última pesquisa Focus do BC. No início do ano, elas eram de cerca de 3%.
Alguns analistas discutem, inclusive, o risco de uma recaída na recessão.
As previsões de inflação aumentaram de 3,45% antes da greve dos caminhoneiros para 3,88%. Mas, mesmo assim, o índice permanece dentro da meta do BC, de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo.
"A inflação ainda continua controlada, dentro da meta do Banco Central, mas tem uma pressão maior dos preços, talvez no primeiro momento pontual, gerada com a greve dos caminhoneiros, mas que deve chegar a afetar o índice de inflação", disse Marcelo Caparoz, da RC Consultores.
"A política monetária olha para as expectativas de inflação e o balanço de riscos, e não será usada para controlar taxa de câmbio", afirmou no começo do mês o presidente do BC, Ilan Goldfajn, cortando apostas a favor de uma alta da Selic, que está em seu mínimo histórico desde março.
O BC interrompeu um ciclo de 12 cortes consecutivos da Selic em maio, alegando a extrema "volatilidade" dos mercados e a "frustração" causada pela estagnação das medidas de ajuste que considera indispensáveis para reduzir os déficits públicos.
Desde então, esses fatores se agravaram.
A alta dos juros nos Estados Unidos e a guerra comercial entre Washington e Pequim levaram os investidores a buscar destinos mais rentáveis ou seguros para seus capitais, em detrimento dos mercados emergentes.
O dólar chegou a beirar os R$ 4 há duas semanas pela primeira vez em dois anos. O BC freou a alta com fortes intervenções através da venda de dólares no mercado futuro, os swaps.
Na semana passada, esses swaps chegaram a 24,5 bilhões de dólares, e nessa semana devem alcançar outros 10 bilhões.
Nesta segunda-feira, o BC precisou apagar outro incêndio, depois que uma fonte anônima da instituição disse à agência Bloomberg que esse ritmo de intervenções seria insustentável até as eleições - para a qual não desponta nenhum candidato favorito pró-mercado.
"Informações ou opiniões atribuídas a membros da diretoria colegiada ou a 'técnicos' do BC não compõem a comunicação oficial do BC e não devem ser encaradas como manifestações desta Autarquia", afirmou o BC em nota.
- Menor crescimento, mais inflação -A greve dos caminhoneiros que no fim de maio paralisou o país durante mais de uma semana reduziu as expectativas de crescimento e aumentou as projeções de inflação.
As projeções de expansão do PIB em 2018 caíram de 2,45% há cinco semanas para 1,76%, segundo a última pesquisa Focus do BC. No início do ano, elas eram de cerca de 3%.
Alguns analistas discutem, inclusive, o risco de uma recaída na recessão.
As previsões de inflação aumentaram de 3,45% antes da greve dos caminhoneiros para 3,88%. Mas, mesmo assim, o índice permanece dentro da meta do BC, de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo.
"A inflação ainda continua controlada, dentro da meta do Banco Central, mas tem uma pressão maior dos preços, talvez no primeiro momento pontual, gerada com a greve dos caminhoneiros, mas que deve chegar a afetar o índice de inflação", disse Marcelo Caparoz, da RC Consultores.
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