Portos do norte da Inglaterra querem faturar com o Brexit
Immingham, Reino Unido, 15 Out 2018 (AFP) - O Brexit trouxe esperança aos portos situados no rio Humber, porta de entrada de mercadorias-chave para o nordeste da Inglaterra, onde são investidas dezenas de milhões de libras na previsão de um aumento em potencial do tráfego.
Em Immingham, localidade de 11.000 moradores junto ao amplo porto e a refinarias de petróleo, o ex-estivador Willie Weir garante que o negócio já está crescendo.
"Acho que acabaremos sendo um país muito rico", conta à AFP este homem de 54 anos, agora dono de um hotel. "Em dois anos acho que estaremos negociando com muitos outros países".
A Associação de Portos Britânicos (ABP) está investindo grandes quantias para atrair novos negócios, com a esperança de que a prosperidade industrial do passado volte à região.
A companhia prevê que a saída britânica da União Europeia (UE), em 29 de março, fará colapsar os centros portuários do sudeste do país, como Dover, onde o espaço limitado e o tráfego intenso poderiam se chocar com a burocracia pós-Brexit, levando os comerciantes a buscarem alternativas.
"Há realmente oportunidades para os portos do Humber", dizia Dafydd Williams, encarregado da ABP, durante uma visita recente ao seu imenso complexo de Immingham.
A companhia considera que suas instalações no Humber podem gerenciar melhor as dificuldades e os atrasos provocados pelo Brexit, pois tem espaço disponível para novas instalações e zonas de espera para os caminhões.
A ABP dedicou 50 milhões de libras (66 milhões de dólares) a ampliar seus terminais de contêineres e gastou 14 milhões de libras só no ano passado no Hull, o que levou à abertura de várias novas rotas europeias.
Agora, espera resultados similares para Immingham, o maior porto da Grã-Bretanha por tonelagem, onde investiu em guindastes, rebocadores e na remodelação do cais.
- 'É apenas economia' -A Unifeeder, transportadora de curta distância que importa a maior parte de sua carga com destino à Grã-Bretanha através de Immingham, assegura ver mais clientes que enviam suas mercadorias para cá ao invés dos portos do sul.
"A carga encontra um caminho mais fácil", diz Andrew Ellis, gerente da companhia no Reino Unido. É apenas economia".
Peter Baker, analista da indústria portuária, explica que os portos de Humber são mais interessantes porque estão mais perto de grandes centros de distribuição como Amazon e Ikea. Como quase toda viagem se faz por mar, os custos, o congestionamento e as emissões de CO2 diminuem, afirma.
Baker não pensa, no entanto, que estes portos vão sofrer menos os efeitos negativos do Brexit.
"Se há controles de alfândega, de saúde e todo o resto, a situação será tão difícil em Immingham quanto em Dover", diz.
Para Andrew Byrne, diretor da DFDS Seaways - a maior linha marítima de Immingham, que tem seu próprio terminal - falar de um êxodo de Dover é um equívoco.
Ele afirma que sua empresa não viu "nenhuma evidência" de uma grande baldeação de clientes.
"Esperamos o melhor, mas estamos nos preparando para o pior", assegura diante da perspectiva do Brexit.
Em North East Lincolnshire, região onde fica Immingham, a ideia de sair da UE tem boa acolhida.
No referendo de 2016, 70% de sua população votou em deixar a UE, um dos resultados mais elevados do país e muito superior ao resultado nacional, de 52%.
Martin Vickers, deputado conservador pró-Brexit, quer que o governo incentive a regeneração, outorgando à região o estado de porto franco e pensa que assim, "sem sombra de dúvida", a zona tiraria proveito do Brexit.
Mas do outro lado do rio Humber, Karl Turner, um deputado trabalhista pró-europeu, se mostra cético a respeito destes benefícios. Se o Reino Unido sair da UE em março sem nenhum tipo de acordo com Bruxelas seria "um desastre absoluto para os portos", adverte.
Em Immingham, localidade de 11.000 moradores junto ao amplo porto e a refinarias de petróleo, o ex-estivador Willie Weir garante que o negócio já está crescendo.
"Acho que acabaremos sendo um país muito rico", conta à AFP este homem de 54 anos, agora dono de um hotel. "Em dois anos acho que estaremos negociando com muitos outros países".
A Associação de Portos Britânicos (ABP) está investindo grandes quantias para atrair novos negócios, com a esperança de que a prosperidade industrial do passado volte à região.
A companhia prevê que a saída britânica da União Europeia (UE), em 29 de março, fará colapsar os centros portuários do sudeste do país, como Dover, onde o espaço limitado e o tráfego intenso poderiam se chocar com a burocracia pós-Brexit, levando os comerciantes a buscarem alternativas.
"Há realmente oportunidades para os portos do Humber", dizia Dafydd Williams, encarregado da ABP, durante uma visita recente ao seu imenso complexo de Immingham.
A companhia considera que suas instalações no Humber podem gerenciar melhor as dificuldades e os atrasos provocados pelo Brexit, pois tem espaço disponível para novas instalações e zonas de espera para os caminhões.
A ABP dedicou 50 milhões de libras (66 milhões de dólares) a ampliar seus terminais de contêineres e gastou 14 milhões de libras só no ano passado no Hull, o que levou à abertura de várias novas rotas europeias.
Agora, espera resultados similares para Immingham, o maior porto da Grã-Bretanha por tonelagem, onde investiu em guindastes, rebocadores e na remodelação do cais.
- 'É apenas economia' -A Unifeeder, transportadora de curta distância que importa a maior parte de sua carga com destino à Grã-Bretanha através de Immingham, assegura ver mais clientes que enviam suas mercadorias para cá ao invés dos portos do sul.
"A carga encontra um caminho mais fácil", diz Andrew Ellis, gerente da companhia no Reino Unido. É apenas economia".
Peter Baker, analista da indústria portuária, explica que os portos de Humber são mais interessantes porque estão mais perto de grandes centros de distribuição como Amazon e Ikea. Como quase toda viagem se faz por mar, os custos, o congestionamento e as emissões de CO2 diminuem, afirma.
Baker não pensa, no entanto, que estes portos vão sofrer menos os efeitos negativos do Brexit.
"Se há controles de alfândega, de saúde e todo o resto, a situação será tão difícil em Immingham quanto em Dover", diz.
Para Andrew Byrne, diretor da DFDS Seaways - a maior linha marítima de Immingham, que tem seu próprio terminal - falar de um êxodo de Dover é um equívoco.
Ele afirma que sua empresa não viu "nenhuma evidência" de uma grande baldeação de clientes.
"Esperamos o melhor, mas estamos nos preparando para o pior", assegura diante da perspectiva do Brexit.
Em North East Lincolnshire, região onde fica Immingham, a ideia de sair da UE tem boa acolhida.
No referendo de 2016, 70% de sua população votou em deixar a UE, um dos resultados mais elevados do país e muito superior ao resultado nacional, de 52%.
Martin Vickers, deputado conservador pró-Brexit, quer que o governo incentive a regeneração, outorgando à região o estado de porto franco e pensa que assim, "sem sombra de dúvida", a zona tiraria proveito do Brexit.
Mas do outro lado do rio Humber, Karl Turner, um deputado trabalhista pró-europeu, se mostra cético a respeito destes benefícios. Se o Reino Unido sair da UE em março sem nenhum tipo de acordo com Bruxelas seria "um desastre absoluto para os portos", adverte.
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