China registra menor crescimento trimestral em nove anos
Pequim, 19 Out 2018 (AFP) - O crescimento da economia da China desacelerou a 6,5% no terceiro trimestre, o pior resultado trimestral em nove anos, de acordo com o resultado divulgado pelo governo nesta sexta-feira, em um momento de intensificação da guerra comercial com os Estados Unidos e estagnação dos investimentos.
Sinal inequívoco de uma conjuntura sombria, o Produto Interno Bruto (PIB) da segunda maior economia mundial ficou dentro do nível antecipado por um grupo de 12 analistas entrevistados pela AFP. O crescimento registrou uma clara desaceleração depois de resistir nos dois primeiros trimestres (+6,8% e +6,7%, respectivamente).
Este é o crescimento mais frágil registrado pelo país asiático desde o primeiro trimestre de 2009, quando a crise financeira atingiu os mercados mundiais.
"A China está confrontada com um entorno muito complexo no exterior e esforços drásticos de refroma", reconheceu o porta-voz do BNS, Mao Shengyong.
A atividade chinesa sofre os efeitos da guerra comercial entre Pequim e Washington. O governo de Donald Trump adotou desde julho tarifas de importação para produtos chineses que alcançam 250 bilhões de dólares por ano, o que provocou represálias de Pequim sobre 110 bilhões de dólares em bens americanos.
As exportações, no entanto, permanecem como um dos motores da economia chinesa.
- Dificuldades para a indústria -Com a meta de conter o aumento da dívida do país (mais de 250% do PIB), o governo se esforça desde o ano passado para endurecer as condições de crédito e pressiona as autoridades locais para reduzir os gastos públicos e os investimentos a crédito.
Isto penaliza diretamente as grandes obras de infraestrutura e o setor imobiliário - pilares do PIB chinês - e complica o financiamento das empresas.
Sinal do esfriamento, os investimentos em capital fixo, termômetro dos gastos em infraestruturas, permanecem estagnados.
Registraram um leve e inesperado crescimento, a 5,4% nos três primeiros meses do ano, depois de um aumento de 5,3% no período janeiro-agosto, mas permanecem perto do nível de alta mais frágil já registrado.
"Pode-se duvidar de que essa recuperação seja suficiente para impedir que a economia se desacelere ainda mais nos próximos trimestres", alertou o analista Julian Evans-Pritchard, da Capital Economics.
Os outros dados divulgados simultaneamente pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China tampouco apontam uma melhora.
A produção industrial votou a desacelerar em setembro a 5,8% em ritmo anual.
"A guerra comercial não prejudicou as exportações chinesas durante o terceiro trimestre", que se mantiveram porque as empresas aceleraram suas entregas antes da tarifas americana, e aproveitando uma desvalorização do yuan. "Mas o setor industrial desacelerou", e a "tendência deve se agravar no quarto trimestre", avaliou Betty Wang, analisa da ANZ.
A única boa notícia é o aumento das vendas no varejo, reflexo do consumo, com uma aceleração surpreendente de 9,2% em ritmo anual em setembro, dois décimos a mais que em agosto.
Minada por tensões comerciais, a confiança dos investidores vacila: a Bolsa de Valores de Xangai perdeu cerca de um terço de seu valor desde janeiro, enquanto o yuan recuou 9% em relação ao dólar.
Três líderes chineses, entre eles o governador do Banco Central, tentaram acalmar o público nesta sexta-feira, classificando os recentes problemas do mercado de ações como "anormais", mas muitos analistas acreditam que serão necessárias mais do que palavras para revitalizar a economia.
"Deve-se esperar uma escalada das tensões sino-americanas em 2019, embora isso provavelmente seja amenizado pelos ajustes do yuan e por políticas monetárias e orçamentárias mais ativas" para apoiar a atividade, disse Zhu Haibin, economista do JPMorgan.
Sinal inequívoco de uma conjuntura sombria, o Produto Interno Bruto (PIB) da segunda maior economia mundial ficou dentro do nível antecipado por um grupo de 12 analistas entrevistados pela AFP. O crescimento registrou uma clara desaceleração depois de resistir nos dois primeiros trimestres (+6,8% e +6,7%, respectivamente).
Este é o crescimento mais frágil registrado pelo país asiático desde o primeiro trimestre de 2009, quando a crise financeira atingiu os mercados mundiais.
"A China está confrontada com um entorno muito complexo no exterior e esforços drásticos de refroma", reconheceu o porta-voz do BNS, Mao Shengyong.
A atividade chinesa sofre os efeitos da guerra comercial entre Pequim e Washington. O governo de Donald Trump adotou desde julho tarifas de importação para produtos chineses que alcançam 250 bilhões de dólares por ano, o que provocou represálias de Pequim sobre 110 bilhões de dólares em bens americanos.
As exportações, no entanto, permanecem como um dos motores da economia chinesa.
- Dificuldades para a indústria -Com a meta de conter o aumento da dívida do país (mais de 250% do PIB), o governo se esforça desde o ano passado para endurecer as condições de crédito e pressiona as autoridades locais para reduzir os gastos públicos e os investimentos a crédito.
Isto penaliza diretamente as grandes obras de infraestrutura e o setor imobiliário - pilares do PIB chinês - e complica o financiamento das empresas.
Sinal do esfriamento, os investimentos em capital fixo, termômetro dos gastos em infraestruturas, permanecem estagnados.
Registraram um leve e inesperado crescimento, a 5,4% nos três primeiros meses do ano, depois de um aumento de 5,3% no período janeiro-agosto, mas permanecem perto do nível de alta mais frágil já registrado.
"Pode-se duvidar de que essa recuperação seja suficiente para impedir que a economia se desacelere ainda mais nos próximos trimestres", alertou o analista Julian Evans-Pritchard, da Capital Economics.
Os outros dados divulgados simultaneamente pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China tampouco apontam uma melhora.
A produção industrial votou a desacelerar em setembro a 5,8% em ritmo anual.
"A guerra comercial não prejudicou as exportações chinesas durante o terceiro trimestre", que se mantiveram porque as empresas aceleraram suas entregas antes da tarifas americana, e aproveitando uma desvalorização do yuan. "Mas o setor industrial desacelerou", e a "tendência deve se agravar no quarto trimestre", avaliou Betty Wang, analisa da ANZ.
A única boa notícia é o aumento das vendas no varejo, reflexo do consumo, com uma aceleração surpreendente de 9,2% em ritmo anual em setembro, dois décimos a mais que em agosto.
Minada por tensões comerciais, a confiança dos investidores vacila: a Bolsa de Valores de Xangai perdeu cerca de um terço de seu valor desde janeiro, enquanto o yuan recuou 9% em relação ao dólar.
Três líderes chineses, entre eles o governador do Banco Central, tentaram acalmar o público nesta sexta-feira, classificando os recentes problemas do mercado de ações como "anormais", mas muitos analistas acreditam que serão necessárias mais do que palavras para revitalizar a economia.
"Deve-se esperar uma escalada das tensões sino-americanas em 2019, embora isso provavelmente seja amenizado pelos ajustes do yuan e por políticas monetárias e orçamentárias mais ativas" para apoiar a atividade, disse Zhu Haibin, economista do JPMorgan.
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