Aeroporto de Gatwick volta a operar, apesar de voo de drone
Londres, 21 dez 2018 (AFP) - O aeroporto londrino de Gatwick voltou a operar nesta sexta-feira (21), apesar do voo de um drone que provocou uma breve suspensão dos voos, várias horas depois uma primeira reabertura do terminal cujo fechamento afetou 120 mil passageiros a poucos dias do Natal.
O aparato foi avistado às 17h10 GMT (15h10 de Brasília), de acordo com o aeroporto, o segundo maior do Reino Unido depois de Heathrow, que tinha sido fechado novamente por "precaução".
Contudo, as "medidas militares implementadas no aeroporto deram garantias suficientes para abrir o aeródromo", explicou o terminal aéreo em sua conta do Twitter.
O aeroporto reabriu a sua única pista na manhã desta sexta-feira depois de ficar paralisado por quase 36 horas devido à presença insistente de drones de origem desconhecida, um incidente "sem precedentes", segundo o governo.
Embora os misteriosos drones não tenham sido interceptados, nem seus responsáveis tenham sido encontrado, essa reabertura foi possível graças às "medidas" para mitigar a ameaça, em colaboração com a polícia e o exército, explicou à BBC o diretor de operações da Gatwick, Chris Woodroofe, sem dar mais detalhes.
O exército usou tecnologia de ponta para procurar os dispositivos.
Em um comunicado, a polícia em Sussex, o condado onde fica o aeroporto, disse que eles "aplicaram recursos significativos para procurar e localizar o drone". Anteriormente, ele indicou que as forças de segurança "aumentaram significativamente" sua presença no local.
- Hipótese 'ecologista' -A polícia tinha considerado abater os drones, uma possibilidade descartada pelas autoridades em um primeiro momento.
Gatwick foi fechado na quarta-feira às 21h00 GMT (19h00 de Brasília) quando dois drones foram observados sobrevoando a área da pista. O local foi reaberto por alguns minutos durante a noite e voltou a fechar às 3h45 GMT (1H45 de Brasília), quando os drones foram novamente detectados.
No total, os drones foram observados 50 vezes em 24 horas.
O diretor-geral do aeroporto, Stewart Wingate, denunciou uma "atividade muito direcionada com o objetivo de fechar o aeroporto e causar o maior número de distúrbios pouco antes do Natal".
A polícia afirmou que este foi um "ato deliberado que busca perturbar o funcionamento do aeroporto", mas ressaltou que "não há absolutamente nenhuma evidência que sugira um vínculo terrorista".
Woodroofe disse à BBC que "uma das hipóteses neste estágio é a de uma ação ambientalista".
Diante desse caos em Gatwick, o governo foi criticado por não fazer o suficiente para proteger os aeroportos.
"Vamos ter que aprender muito rapidamente o que aconteceu", disse o ministro dos Transportes, Chris Gralying, à BBC.
"Trabalhamos com fabricantes de drones em soluções técnicas, como geolocalização", disse a secretária de Transporte, Elizabeth Sugg. Segundo ela, essa técnica permitiria, graças aos dados dos dispositivos, impedir que sobrevoassem certas áreas, como aeroportos ou prisões.
A legislação britânica estipula que drones não podem ser utilizados a menos de um quilômetro de um aeroporto e que não podem superar uma altitude de 122 metros.
Os responsáveis pelos voos dos drones podem ser condenados a até cinco anos de prisão e a pagar multas elevadas.
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