Marrocos anuncia outras nove prisões relacionadas ao assassinato de duas jovens
Rabat, 21 dez 2018 (AFP) - As autoridades marroquinas anunciaram, nesta sexta-feira (21), outras nove prisões relacionadas ao assassinato de duas jovens turistas escandinavas, cujos corpos já foram repatriados.
As forças de segurança marroquinas prenderam os suspeitos em Marrakesh (centro), Esauira, Sidi Benur, Chtuka-Aït Baha (oeste) e em Tânger (norte) por seus "supostos vínculos com os autores do ato terrorista" que custou a vida de Louisa Vesterager Jespersen, uma estudante dinamarquesa de 24 anos, e Maren Ueland, uma norueguesa de 28 anos, segundo um comunicado oficial.
Os corpos das duas jovens, que faziam montanhismo na região do Alto Atlas marroquino, foram encontrados na segunda-feira. Uma delas foi decapitada e as autoridades prenderam em poucos dias quatro suspeitos, depois de circular pelas redes sociais um vídeo que supostamente foi filmado durante a "execução" de uma das turistas, o que apontaria para uma ação extremista.
Durante as operações de busca e apreensão na quinta e sexta-feira, a Polícia confiscou "vários equipamentos eletrônicos, um rifle de caça, armas brancas, um uniforme militar e materiais que podem ser usados na fabricação de explosivos", explicou a nota oficial.
Por enquanto, no total, são 13 os detidos.
Os corpos das jovens foram repatriados para Copenhague antes de serem entregues às famílias.
O primeiro suspeito, que pertence a um "grupo extremista" segundo as autoridades, foi detido na própria segunda-feira.
"Por enquanto não há nenhuma prova concreta de que o vídeo não seja autêntico", assinalou nesta sexta a polícia criminal norueguesa (Kripos).
A investigação tenta "verificar o motivo terrorista com base nas provas e nos dados", indicou na quinta-feira, em comunicado, o Escritório Central de Investigações Judiciais, uma unidade da polícia marroquina de elite.
Outro vídeo, cuja veracidade foi confirmada pela Promotoria marroquina, foi divulgado nas redes sociais. Nele é possível ver quatro homens, apresentados como os quatro suspeitos presos em Marrakesh, prestando lealdade a Abu Bakr al-Baghdadi, líder do EI.
Os meios de comunicação locais marroquinos expressaram "ira" e "horror" diante do crime.
"Estes assassinos nos envergonham", declarou o jornal L'Economiste. "A opinião pública grita vingança" e "exige a pena de morte", acrescentou o periódico, que cita solicitações nesse sentido pelas redes sociais.
No Marrocos a pena de morte segue vigente, mas desde 1993 é aplicada uma moratória, e o debate permanece em voga sobre a sua possível abolição.
Oficialmente, o país não sofreu nenhum atentado do EI, mas em 2003 um ataque extremista deixou 33 mortos em Casablanca, e outro, em 2011, 17 mortos em Marrakesh.
O turismo representa 10% da riqueza do país e é o segundo setor que mais emprega marroquinos, ficando atrás somente da agricultura. Em 2017, 11,35 milhões de turistas visitaram o Marrocos, sendo a primeira vez que o país superou a barreira dos 11 milhões de visitantes.
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