Justiça japonesa aprova liberdade de Ghosn por US$ 4,5 mi de fiança
Um tribunal de Tóquio anunciou nesta quinta-feira a aprovação da liberdade sob fiança do executivo Carlos Ghosn, detido desde o início de abril por malversação financeira relacionada à montadora Nissan.
A promotoria provavelmente apelará, mas se o recurso for rejeitado, o ex-presidente da Renault-Nissan poderá ser solto com o pagamento de uma fiança de 500 milhões de ienes (US$ 4,5 milhões).
Segundo a rede de televisão NHK, o executivo poderá sair do centro de detenção "já nesta quinta-feira".
Ghosn, que foi detido pela primeira vez no dia 19 de novembro, em Tóquio, já pagou 1 bilhão de ienes (9 milhões de dólares) para sair da prisão no dia 6 de março, para passar à prisão domiciliar na capital japonesa.
Mas um mês depois foi alvo de novas denúncias por parte da promotoria.
Ghosn é alvo de quatro denúncias por malversação financeira, incluindo sonegação de impostos.
A última denúncia, realizada na segunda-feira, o executivo foi acusado de abuso de confiança com agravante relacionado ao desvio de fundos da Nissan.
Ghosn, 65 anos, que tem cidadania francesa, libanesa e brasileira, é suspeito de transferir dinheiro da Nissan para um distribuidor de veículos da marca em Omã.
De acordo com fontes próximas ao caso, o dinheiro foi transferido por meio de uma empresa no Líbano para o Shogun Investments LLC, um fundo nos Estados Unidos controlado por Anthony, filho de Ghosn.
Parte do dinheiro também teria sido utilizado na compra do "Schachou" (patrão em japonês), um iate luxuoso avaliado em 12 milhões de euros.
O executivo, que já foi o todo-poderoso presidente da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi Motors, foi denunciado duas vezes por não declarar todos os rendimentos entre 2010 e 2018 nos documentos que a Nissan entregou às autoridades financeiras japonesas.
Também foi denunciado por abuso de confiança, entre outras coisas, pela tentativa de fazer a Nissan compensar as perdas em seus investimentos pessoais durante a crise financeira de 2008.
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