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Coreia do Norte acusa Pompeo de ter ideias 'insensatas e perigosas'

30/04/2019 10h42

Seul, 30 Abr 2019 (AFP) - Uma autoridade norte-coreana acusou nesta terça-feira o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, de ter "ideias insensatas e perigosas" e advertiu Washington sobre um resultado "indesejado" se não ajustar sua posição sobre as sanções econômicas.

O diálogo entre Pyongyang e Washington tem sido tenso desde que a segunda cúpula de Donald Trump com o líder norte-coreano Kim Jong Un em Hanói, em fevereiro, terminou sem resultados sobre a desnuclearização da península.

Pyongyang já solicitou que Pompeo seja retirado das negociações sobre o programa nuclear.

Em uma entrevista à CBS na semana passada, Pompeo afirmou que os Estados Unidos poderiam "mudar de posição" se Kim não comparecer à mesa de negociações com uma proposta "real" sobre o abandono de seu arsenal nuclear.

Nesta terça-feira, o vice-ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son Hui, disse que os comentários de Pompeo eram "ideias insensatas e perigosas que envolvem derrubar nosso sistema por meios militares".

"Nossa resolução em matéria de desnuclearização permanece a mesma e vamos concretizá-la quando chegar a hora", afirmou, citado pela agência oficial norte-coreana KCNA.

"Mas isso só será possível se os Estados Unidos reformularem seu cálculo atual", acrescentou. Se "não ajustar sua posição antes do prazo que propusemos, terão que enfrentar um resultado indesejado", acrescentou.

Em um discurso em 12 de abril no Parlamento norte-coreano, Kim disse estar disposto a se reunir com o presidente americano pela terceira vez, com a condição de que Washington chegue à mesa de negociação com "boa atitude".

"Vamos esperar pacientemente até o final do ano para que os Estados Unidos tomem uma decisão corajosa", acrescentou.

Pyongyang também criticou o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, John Bolton, por ser responsável pelo fracasso da cúpula de Hanói por "criar uma atmosfera hostil e de desconfiança".

Kim se reuniu na semana passada com o presidente russo, Vladimir Putin, em Vladivostok, numa cúpula em que se queixou da "má fé" dos americanos na crise nuclear.

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