Fed: frágil crescimento global e incertezas comerciais são risco para os EUA
Washington, 13 Nov 2019 (AFP) - O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, anunciou a expectativa de um "crescimento sustentado" para a economia dos EUA, com um forte emprego e inflação de cerca de 2%, embora tenha destacado que a desaceleração global e as incertezas comerciais representem um risco persistente".
Em uma declaração no Congresso, Powell também confirmou a decisão de manter as taxas de juros inalteradas, após três reduções neste ano.
Após o estímulo monetário, o Fed prevê "uma expansão da atividade econômica constante, um mercado de trabalho forte e inflação provavelmente próxima" da meta de 2%, disse Powell.
Contudo, o "crescimento desacelerado no exterior e o desenvolvimento comercial afetaram a economia e representam um risco persistente", declarou ele ao Comitê Econômico Conjunto.
Powell também mencionou preocupações com a dívida dos Estados Unidos, que "está em um nível alto e continua a crescer" e pode, em longo prazo, afetar o investimento e o crescimento privados.
A expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país desacelerou a 1,9% no terceiro trimestre, contra 2,5% nos três meses anteriores. Embora isso se deva em grande parte a uma greve na General Motors, os conflitos comerciais também afetaram investimentos, exportações e atividade industrial do ano, explicou Powell.
O presidente americano, Donald Trump, voltou a acusar o presidente do Fed nesta terça-feira (12) de elevar os juros muito rapidamente e de reduzi-los devagar. Ele chegou a dizer que gostaria que o Fed aplicasse juros negativos, como a Europa fez para compensar o baixo crescimento.
Powell insistiu, porém, no que havia dito após o terceiro corte de juros em setembro: "Consideramos a política monetária atual apropriada, enquanto a informação econômica se mantiver coerente com nossos prognósticos".
O Federal Reserve havia elevado os juros quatro vezes em 2018, mas mudou de direção neste ano, devido aos conflitos comerciais motivados por Trump que impactaram a economia real.
O presidente do Fed afirmou que os cortes foram pensados para respaldar o crescimento contínuo "e para proporcionar alguma segurança contra os riscos persistentes".
E, embora constantemente se recuse a responder às críticas de Trump, antes de começar seu testemunho, disse que o Fed tem independência para executar uma política monetária "baseada em fatos e análises objetivas".
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