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Trump e Xi trocam mensagens sobre possível acordo comercial

As duas partes "estão potencialmente muito perto de um acordo", declarou Trump - REUTERS/Kevin Lamarque
As duas partes "estão potencialmente muito perto de um acordo", declarou Trump Imagem: REUTERS/Kevin Lamarque

22/11/2019 18h05

Os Estados Unidos e a China lançaram mensagens nesta sexta-feira (22) sobre um potencial acordo que encerra a disputa comercial que enfrenta ambas as potências desde o ano passado e que afeta a economia global.

"Temos um acordo, potencialmente muito próximo", disse o presidente Donald Trump na rede Fox News, mas alertou que seu colega chinês Xi Jinping está com pressa. "Ele quer chegar a um acordo muito mais do que eu quero. Não estou ansioso para fazê-lo", disse Trump.

Pouco antes, Xi disse querer um acordo, mas também garantiu que não tem "medo" de responder em caso de uma guerra tarifária.

"Se necessário, responderemos, mas estamos trabalhando ativamente para tentar não ter uma guerra comercial", declarou Xi em uma reunião em Pequim.

Poucas horas depois, o governo Trump proibiu as empresas de tecnologia chinesas Huawei e ZTE de acessar seus subsídios para equipamentos e serviços americanos. Washington considera que ambas as empresas estão ligadas ao Partido Comunista da China e suas forças armadas e, consequentemente, são uma "ameaça à segurança nacional" nos Estados Unidos.

Raramente Xi fez comentários públicos sobre o conflito com os Estados Unidos que agrava os problemas de sua economia.

"Queremos trabalhar para um acordo inicial baseado no respeito mútuo e na igualdade", afirmou Xi.

O líder chinês alertou que as discussões comerciais "podem se ver afetadas pelas perspectivas futuras da economia mundial", mas ressaltou que a China mantém "uma atitude positiva".

Xi fez essas declarações dois dias depois que Trump, reclamou que a China não está fazendo concessões suficientes para chegar a um acordo comercial entre as duas maiores economias do mundo.

"Como sempre dissemos, não queremos começar uma guerra comercial, mas não temos medo", ressaltou o chinês.

Em 11 de outubro, Trump anunciou um acordo de "primeira fase" que resolveria importantes reivindicações americanas sobre práticas comerciais e monetárias chinesas.

Mais de um mês depois, porém, os dois lados não parecem perto de finalizar o texto de um acordo.

A China insistiu numa reversão das tarifas existentes, ao que Trump disse não aceitar.

Já as autoridades americanas querem que a China aumente consideravelmente a compra de produtos agrícolas dos Estados Unidos, algo que pode ser inviável para Pequim.

As duas partes "estão potencialmente muito perto de um acordo", declarou Trump nesta sexta na Fox News.

Mas na quarta, advertiu: "posso dizer a vocês o seguinte: a China prefere fazer um acordo comercial mais do que eu", disse Trump na quarta-feira. "Eu não acho que estão subindo para o nível que eu quero".

As negociações também foram prejudicadas esta semana por uma votação no Congresso dos Estados Unidos de um texto que apoia o movimento pró-democracia em Hong Kong.

Na entrevista na Fox News, Trump assegurou que foi sua intervenção direta que evitou um massacre em Hong Kong.

"Xi tem um milhão de soldados do lado de fora de Hong Kong. Não vai entrar, porque eu pedi a ele. 'Por favor, não faça isso. Você estará cometendo um grande erro. Isso terá um tremendo impacto negativo no acordo comercial'", contou.

- Conflito latente -Para Diana Choyleva, economista-chefe da Enodo Economics, os comentários de Xi não significam que Pequim esteja prestes a passar à ofensiva.

"Mas certamente reafirma minhas expectativas de que a China não vai ceder", afirmou à AFP no fórum em Pequim.

Por sua parte, o ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger assegurou na quinta-feira que, se os Estados Unidos e a China não resolverem seu conflito comercial, poderão se enfrentar em uma guerra.

"Se o conflito puder se desenvolver sem restrições, o resultado poderá ser ainda pior do que foi na Europa", afirmou o ex-diplomata de 96 anos em Pequim.

E o ex-secretário do Tesouro americano Henry Paulson alertou que os dois países estão indo na direção errada.

Segundo ele, os crescentes obstáculos à obtenção de vistos e para o movimento de pessoas, bem como as restrições ao comércio e à tecnologia e as contínuas tensões econômicas "deixariam nossos países e o mundo inteiro em uma situação pior".