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Aramco, a gigante petroleira responsável pela prosperidade saudita

11/12/2019 08h42

Riad, Arábia Saudita, 11 dez 2019 (AFP) - A gigante petroleira estatal Aramco, que nesta quarta-feira protagonizou a maior entrada na Bolsa da história, produziu uma riqueza colossal para a Arábia Saudita desde a descoberta da primeira jazida no país em 1938, denominada "poço da prosperidade".

Em seu primeiro dia na Bolsa, as ações dispararam 10%, o máximo diário permitido, o que eleva a valorização da empresa a 1,88 trilhão de dólares e faz desta a maior IPO da história.

A Aramco nasce de um acordo de concessão assinado em 1933 pelo governo saudita com a companhia americana Standard Oil Company of California. A prospecção começa em 1935 e três anos depois, o petróleo começa a jorrar.

Em 1949, a produção de petróleo atinge o nível recorde de 500.000 barris por dia (mbd) e segue aumentando após a descoberta de outros grandes campos petrolíferos, como Ghawar, o maior do mundo, com reservas comprovadas de 60 bilhões de barris.

Em 1973, em pleno 'boom' dos preços do petróleo, vinculado ao embargo árabe do ouro negro contra os Estados Unidos por seu apoio a Israel, o governo saudita adquire 25% da Aramco, com os quais o percentual do Estado chega a 60%, tornando-o acionista majoritário.

Em 1980, a empresa é nacionalizada e oito anos depois, rebatizada de Saudi Arabian Oil Company ou Saudi Aramco.

Desde os anos 1990, a Aramco investiu centenas de bilhões de dólares em projetos de expansão e sua capacidade de produção atual é de 12 milhões de barris diários.

Hoje, a Aramco possui 260 bilhões de barris de reservas comprovadas de petróleo, tornando a Arábia Saudita o segundo país com as maiores reservas do mundo, atrás da Venezuela.

A empresa, com sede em Dhahran, também tem filiais e refinarias em outros países e redes de oleodutos nacionais e internacionais e ampliou sua presença à indústria petroquímica.

Em abril passado, o grupo publicou suas contas pela primeira vez e anunciou um lucro líquido de 111,1 bilhões de dólares em 2018, uma cifra 46% superior à do ano anterior, e receita anual de 356 bilhões de dólares.

A transparência em suas contas era um pré-requisito para o lançamento na Bolsa, uma etapa considerada a pedra angular de um plano de reformas chamado "Visão 2030", liderado pelo príncipe-herdeiro Mohamed bin Salman para diversificar uma economia muito dependente do petróleo.

A entrada na Bolsa foi atrasada em várias ocasiões, devido a condições pouco favoráveis dos mercados.

Em setembro, os ataques de drones contra instalações da Aramco provocaram a suspensão de metade da produção e geraram o temor de uma perda de confiança dos investidores.

A Arábia Saudita acusou o Irã de ter estimulado o ataque, reivindicado oficialmente pelos rebeldes huthis do Iêmen, que têm o apoio de Teerã.

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