FMI pede multiplicação de investimento público para acelerar reativação
Washington, 5 Out 2020 (AFP) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu aos países ricos, nesta segunda-feira (5), para aumentar o investimento público para acelerar a reativação da economia, afetada pela pandemia de coronavírus, deixando de lado sua tradicional preocupação com a dívida.
Os investimentos públicos têm "um papel central" na reativação econômica, considerou a organização, ao destacar que os países ricos deveriam se beneficiar dos custos historicamente baixos dos créditos para aumentar imediatamente seus gastos de manutenção de infraestruturas.
O mundo está em recessão, mas "estamos em uma situação inédita com custos de crédito muito baixos, infraestruturas debilitadas, até mesmo nas economias avançadas", e muitas pessoas em paralisação que precisam trabalhar, argumentou Paolo Mauro, um dos responsáveis do departamento de Assuntos Orçamentários do FMI.
"O investimento público pode oferecer esse apoio necessário para a atividade econômica e criação de emprego", acrescentou o economista ao apresentar um capítulo do relatório sobre vigilância orçamentária antes das reuniões de outono (H. Norte) do FMI.
Segundo o Fundo, aumentar o investimento público em um valor equivalente a 1% do PIB em dois anos estimularia o crescimento em 2,7%, o investimento privado em 10% e o emprego em 1,2% em nível global, se forem investimentos "de alta qualidade".
"Na Europa, isso criaria entre 2 e 3 milhões de empregos, nos Estados Unidos seriam quase dois milhões de empregos", destacou Mauro.
Segundo as estimativas do Fundo, entre dois e oito empregos são criados a cada milhão de dólares investido em infraestrutura tradicional, e entre cinco e 14 empregos novos são criados a cada milhão investido em pesquisa e desenvolvimento, energia sustentável ou prédio eficientes energeticamente.
Dt/lo/pcm/mr/lda/aa
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