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OMC finaliza autorização para UE adotar represálias contra EUA por ajudas a Boeing

Teste do Boeing 737 MAX em Seattle, nos EUA, em 29 de junho de 2020 - Jason Redmond/AFP
Teste do Boeing 737 MAX em Seattle, nos EUA, em 29 de junho de 2020 Imagem: Jason Redmond/AFP

13/10/2020 08h58

Um ano depois de punir a UE (União Europeia) por suas ajudas a Airbus, a OMC (Organização Mundial do Comércio) deve autorizar hoje o bloco a adotar medidas de represália contra Washington por suas ajudas a Boeing, uma nova guinada em uma batalha comercial iniciada há 16 anos.

A OMC deve autorizar a UE a aplicar sanções alfandegárias de quase 4 bilhões de dólares em produtos importados dos Estados Unidos, segundo a agência Bloomberg.

Diante da perspectiva, a Europa já elaborou uma longa lista de produtos que poderiam ser taxados.

Entre os produtos estão os aviões comerciais fabricados nos Estados Unidos e os tratores, assim como os cigarros, a batata, amendoim, suco de laranja congelado, ketchup ou salmão do Pacífico, segundo uma lista atualizada consultada pela AFP.

A fabricante de aviões europeia e sua rival americana, e por meio delas Bruxelas e Washington, se enfrentam desde outubro de 2004 na OMC, que atua como árbitro do comércio mundial, pelas ajudas públicas concedidas aos dois grupos, e que as partes consideram ilegais.

A decisão aguardada para esta terça-feira a favor da UE segue a autorização concedida no ano passado aos Estados Unidos para impor tarifas alfandegárias a bens e serviços europeus importados a cada ano por um valor de 7,5 bilhões de dólares, a maior sanção já anunciada pela OMC.

Desde então, Washington impõe tarifas punitivas de quase 25% às importações de produtos da UE como vinho, queijo e azeite. Também elevou as taxas aos aviões da Airbus de 10% a 15%.

A UE e alguns Estados membros recorreram em dezembro contra uma decisão da OMC segundo a qual continuavam sem cumprir as regras da organização com as ajudas a Airbus. A análise do recurso está bloqueada com a recusa de Washington de nomear os juízes do tribunal de solução de divergências, indispensáveis para seu funcionamento.