BID espera queda das exportações da América Latina de até 13% em 2020
Washington, 17 dez 2020 (AFP) - As exportações da América Latina e Caribe devem registrar contração de entre 11,3% e 13% em 2020, resultado das quedas no volume de vendas e dos preços pela crise induzida pela covid-19, projeta o Banco Interamericano de Desenvolvimento.
A queda representa uma moderação da profunda contração do segundo trimestre, destacou o BID no relatório, que projeta um retrocesso em todas as sub-regiões.
"Embora a região não tenha recuperado os níveis de exportação anteriores à pandemia, o impacto da crise está sendo atenuado e as perspectivas melhoraram", disse Paolo Giordano, principal economista do setor de Comércio e Integração do BID e coordenador do estudo.
Giordano indicou que persiste uma "instabilidade e ainda não se vislumbra uma mudança de tendência para uma trajetória de crescimento sustentável".
A respeito dos preços, o BID indicou que a contração global pressionou muito os valores dos principais produtos básicos exportados pela região, em particular no setor de energia, mas aconteceu uma recuperação nos últimos meses, com uma perda de fôlego no fim do ano.
O BID indicou que a redução dos negócios dentro da região foi a mais intensa, mas que a queda dos fluxos de exportação aos sócios fora da região, especificamente para os Estados Unidos, "foi o principal fator da contração".
Em contraste, a China confirmou sua importância como o motor para o comércio da região, sendo o único destino para o qual as vendas registraram alta, indicaram os autores do estudo.
Apenas três países escaparam da queda: Chile (+1,1%), Paraguai (4,1%) e Guiana (67,4%).
Os mais afetados foram Venezuela (-70,8%), Colômbia (-23,6%), Bolívia (-28,7%) e Peru (-21,7%).
Em 2019, a região também registrou queda de 2,3% no valor das exportações, mas o resultado foi influenciado pelos preços, apesar do aumento dos volumes vendidos.
an/lda/fp
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