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Boeing 737 MAX recebe autorização para voar na Europa

EUA, Canadá e Brasil já haviam retomado os voos do modelo - Divulgação
EUA, Canadá e Brasil já haviam retomado os voos do modelo Imagem: Divulgação

27/01/2021 09h12

A Agência Europeia de Segurança Aérea (EASA) anunciou hoje que deu sinal verde oficial para que o Boeing 737 MAX volte a voar nos céus europeus, paralisado em terra durante 22 meses após dois acidentes fatais.

"Depois de uma análise profunda por parte da EASA, determinamos que o 737 MAX pode retomar o serviço em total segurança. Esta avaliação foi realizada com total independência da Boeing, ou da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) e sem qualquer pressão econômica, ou política", garante o diretor-executivo da EASA, Patrick Ky, citado em um comunicado.

Em novembro, a Agência de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês), principal organismo de certificação de aeronaves americanas, assim como as autoridades brasileiras, deram sinal verde para seu retorno ao serviço.

O Canadá anunciou, por sua vez, ontem, que permitirá que o Boeing 737 MAX retome os voos em seu território amanhã.

A autorização para o 737 MAX voar na Europa significa que a Boeing poderá retomar as entregas de aeronaves ao continente. A companhia pode esperar, portanto, uma recuperação em sua receita, já que os clientes pagam a maior parte da fatura quando recebem o avião.

Em ambos os acidentes, o sistema MCAS recebeu informações erradas de um dos dois sensores AOA indicando que a aeronave estava muito inclinada. Os pilotos não conseguiram desativá-lo.

As aeronaves deverão agora passar por uma modificação do sistema MCAS. Outros programas também terão que ser alterados e alguns cabos reposicionados.

Para resolver o problema dos dois sensores, a Boeing desenvolverá uma terceira sonda digital, que será instalada em aviões a partir de 2022.

Enquanto isso, os pilotos estão recebendo treinamento específico para identificar e gerenciar informações conflitantes das duas sondas, de acordo com Ky.

A companhia aérea brasileira Gol foi a primeira do mundo a operar novamente com o avião da Boeing entre São Paulo e Porto Alegre no dia 9 de dezembro.

Nos Estados Unidos, o 737 MAX retomou o serviço em 29 de dezembro com a American Airlines.

Desde que seu retorno foi autorizado, a Boeing entregou 27 aeronaves 737 MAX (todas em dezembro), incluindo 10 para a American Airlines.

Desde a sua entrada em serviço, 67 aeronaves MAX foram entregues a clientes europeus, incluindo 19 para a Norwegian Air Shuttle e 12 para a Turkish Airlines.

Os clientes europeus encomendaram um total de 723 aeronaves, das quais 210 ainda não foram entregues à Ryanair, 92 à Norwegian Air Shuttle e 63 à Turkish Airlines.

Quatorze companhias aéreas e locadoras do Velho Continente encomendaram 737 MAXs, mas nenhum na França.

Cerca de 450 aeronaves produzidas e com entrega pendente no momento da imobilização permanecem nos estacionamentos da Boeing e deverão ser inspecionadas antes que os clientes as recebam.

Como resultado, a Boeing espera um aumento muito gradual da produção, com 31 aeronaves previstas por mês no início de 2022.