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Biden modera otimismo nos EUA com números positivos do emprego

05/03/2021 21h10

Washington, 6 Mar 2021 (AFP) - O presidente Joe Biden moderou o entusiasmo gerado pelos estimulantes números do emprego e insistiu na necessidade de adoção de seu plano de relançamento da economia dos Estados Unidos.

O plano da Casa Branca, de US$ 1,9 trilhão, está atualmente em discussão no Senado, retardado por múltiplas discussões. Os democratas esperam que seja aprovado no fim de semana, antes de uma votação final na Câmara de Representantes.

É um dispositivo "absolutamente essencial para reverter a situação, fazer com que as crianças voltem à escola em total segurança, oferecer um salva-vidas às pequenas empresas e derrotar a covid-19", disse Biden.

Foram criados no total 379.000 empregos em fevereiro e a taxa de desemprego caiu levemente a 6,2%, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira (5).

As novas contratações ocorreram principalmente no setor hoteleiro e de lazer, que tinha sido duramente atingido pelas restrições implementadas na pandemia, e que criou em fevereiro 355.000 postos de trabalho.

Os analistas esperavam a criação no total de 200.000 novos postos de trabalho.

A cifra de janeiro foi revista em forte alta, de 49.000 novos postos inicialmente estimados para 166.000.

Tratam-se de empregos em bares e restaurantes, mas também em outras atividades vinculadas ao lazer e ao alojamento, assim como serviços de saúde, vendas varejistas e indústria manufatureira.

Caíram, no entanto, os empregos vinculados à educação, construção e atividade mineradora.

Estas cifras sugerem que o pior da crise passou e que os empresários parecem se concentrar no "mini boom" econômico esperado para a primavera no hemisfério norte.

A campanha de vacinação avança e as ajudas públicas maciças - além das despesas em queda - puseram dinheiro no bolso dos americanos, e por isso se espera um aumento importante do consumo.

- Parado no Senado -Segundo Biden, os números do emprego são certamente produto do plano de relançamento de US$ 900 bilhões, aprovado no fim de dezembro e promulgado por seu antecessor, Donald Trump.

Mas sem novas ajudas, "tudo atrasará", disse o presidente. "Não se pode dar um passo adiante e dois passos para trás".

"A reabertura dos serviços será o elemento dominante para o emprego nos próximos meses", analisou Ian Shepherdson, economista da Pantheon Macroeconomics.

Este especialista espera um milhão de novos empregos em março.

Dos 22 milhões de postos destruídos durante a pandemia, ainda falta recuperar 9,5 milhões.

A taxa de desemprego se mantém estável: passou de 6,3% em janeiro para 6,2% em fevereiro, em linha com o esperado pelos analistas.

Dezoito milhões de americanos continuam recebendo algum subsídio ao desemprego ou pela diminuição da renda.

O retorno ao pleno emprego em 2021 é "completamente improvável", disse nesta quinta-feira o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, destacando que levará tempo.

Em fevereiro de 2020, a taxa de desemprego era de 3,5%.

A aparente contradição entre a forte criação de empregos e uma taxa de desemprego praticamente estável se explica em parte pelas dificuldades dos empresários em contratar em alguns setores. Os desempregados não estão prontos para voltar a trabalhar em qualquer condição.

A cifra do desemprego também se alimenta de trabalhadores que tinham deixado de procurar trabalho e que, com a melhora das perspectivas, voltam ao mercado para tentar conseguir uma colocação.

jul/Dt/oaa/mr/gma/mvv