Grupo imobiliário chinês Evergrande suspende operações na Bolsa de Hong Kong
O grupo imobiliário chinês Evergrande, que enfrenta grandes dificuldades, suspendeu nesta segunda-feira (4) as operações na Bolsa de Hong Kong sem apresentar um motivo.
A decisão foi anunciada em meio a notícias de que a incorporadora imobiliária de Hong Kong Hopson Development Holdings planeja adquirir 51% da filial de gestão de propriedades da Evergrande, uma operação que permitirá a esta última aliviar a situação financeira asfixiante.
"A pedido da empresa, a negociação de ações do Grupo China Evergrande foi interrompida às 9h00 do dia 4 de outubro de 2021, à espera da publicação pela empresa de um anúncio que inclui informações sobre uma transação importante", afirmou a Evergrande em uma nota.
A negociação de ações da Hopson também foi interrompida, segundo comunicado desta empresa.
As ações da Evergrande registraram queda de quase 80% desde o início do ano.
As ações da empresa de veículos elétricos do grupo, que na semana passada desistiu de entrar na Bolsa de Xangai, não foram suspensas e registraram alta de quase 30% no fechamento da Bolsa de Hong Kong, que encerrou a jornada em queda de 2%.
Executivos da empresa lutam contra uma crise que provocou uma dívida de mais de 300 bilhões de dólares, o que gera temores de contágio na economia chinesa, que alguns acreditam que poderia afetar o resto do planeta.
A empresa anunciou na semana passada que venderia suas ações por 1,5 bilhão de dólares em um banco regional chinês para levantar capital, enquanto tenta pagar os juros aos proprietários de seus títulos.
As autoridades chinesas pediram aos governos locais que se preparem para um possível colapso da Evergrande, segundo informações da imprensa estatal, o que sugere que é pouco provável uma intervenção do governo para resgatar o gigante do setor imobiliário.
A empresa contratou especialistas, como a empresa de serviços financeiro Houlihan Lokey, que aconselhou a reestruturação do Lehman Brothers quando o banco faliu durante a crise financeira mundial de 2008, ao tentar evitar um colapso.
Agências reguladoras da China também enviaram uma equipe de assessores financeiros para avaliar a empresa, de acordo com a imprensa oficial.
O grupo concordou em setembro em pagar juros sobre um título local, mas não há indicações sobre o pagamento de duas notas offshore, embora exista um período de carência de 30 dias antes de ser considerado inadimplente.
"A primeira obrigação será assegurar que as pessoas que compraram casas recebam o que adquiriram", disse Bruce Richards, presidente da Marathon Asset Management. "No fim da lista de prioridades estão os proprietários de títulos offshore".
A falta de liquidez provocou irritação pública e protestos diante dos prédios da Evergrande na China, com investidores e fornecedores exigindo seu dinheiro.
O grupo admitiu que enfrenta "desafios sem precedentes" e advertiu que pode não ter condições de cumprir seus compromissos.
O mercado imobiliário chinês enfrenta um rigoroso escrutínio nos últimos meses, com base nas novas medidas do governo para evitar a especulação no setor e conter o endividamento.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.