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Parlamentares dos EUA e Europa pedem que JBS seja investigada

Eles expressaram "crescente preocupação" com as práticas comerciais da JBS, sua controladora J&F Investimentos e suas subsidiárias na Europa e nos Estados Unidos - Pedro Ladeira - 21.mar.2017/Folhapress
Eles expressaram "crescente preocupação" com as práticas comerciais da JBS, sua controladora J&F Investimentos e suas subsidiárias na Europa e nos Estados Unidos Imagem: Pedro Ladeira - 21.mar.2017/Folhapress

04/01/2022 22h03Atualizada em 05/01/2022 10h58

Washington, 5 Jan 2022 (AFP) - O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, Bob Menéndez, um parlamentar britânico e um eurodeputado pediram nesta terça-feira (4) em Washington que sejam investigadas "as práticas comerciais" da empresa brasileira de carnes JBS.

Em comunicado conjunto, Menéndez, o legislador britânico Ian Liddell-Grainger e o presidente da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, Norbert Lins, expressaram "crescente preocupação" com as práticas comerciais da JBS, sua controladora J&F Investimentos e suas subsidiárias na Europa e nos Estados Unidos.

Portanto, pedem a seus respectivos países que "conduzam investigações legais e coordenadas" para garantir que "a empresa seja forçada a operar dentro dos padrões esperados de finanças, negócios e conduta ambiental".

Também pedem às autoridades que "examinem as práticas antimonopólio e anticompetitivas da JBS e avaliem se os abusos da empresa podem prejudicar permanentemente as cadeias de abastecimento de alimentos".

Na segunda-feira, o governo de Joe Biden divulgou um plano para aumentar a concorrência no setor de carnes, dominado por um punhado de grandes empresas, entre elas a JBS, que acusa de aumentar os preços aos consumidores e reduzir a renda dos produtores.

A declaração dos três legisladores afirma que durante a última década a JBS participou de atividades criminosas e "se declarou culpada de 1.500 atos de suborno" no Brasil, "de violações na fixação de preços antimonopólio" e de "violar a lei de práticas corruptas no exterior dos Estados Unidos", além de ainda não ter pagado "bilhões de dólares em multas".

Os parlamentares, surpresos com o fato de seus fundadores Wesley e Joesley Batista continuarem a ser acionistas majoritários "apesar de terem sido condenados criminalmente no Brasil", acusam a empresa de "obter gado de fazendas que contribuíram para o desmatamento".

Considerada o maior frigorífico da América Latina, a JBS está presente em 15 países com mais de 400 unidades produtivas em cinco continentes, segundo o site oficial da empresa, no qual afirma realizar diversos programas para desenvolver modelos de produção sustentáveis e proteger e restaurar florestas.