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Senadores dos EUA querem reduzir dependência da China na importação de terras raras

Projeto de lei foi apresentado por dois senadores americanos - Arquivo
Projeto de lei foi apresentado por dois senadores americanos Imagem: Arquivo

Em Washington (EUA)

15/01/2022 12h51

Dois senadores americanos, um republicano e um democrata, apresentaram na sexta-feira (15) um projeto de lei para reduzir a dependência dos Estados Unidos em relação à China para a aquisição das chamadas terras raras, elementos químicos que são matérias-primas essenciais para tecnologia de ponta.

"Pôr fim à dependência dos Estados Unidos frente ao Partido Comunista Chinês para extrair e transformar esses materiais é crucial, se quisermos vencer a batalha estratégica contra a China e proteger nossa segurança nacional", declarou o senador republicano do Arkansas, Tom Cotton, em um comunicado.

As terras raras são metais usados especialmente na indústria eletrônica, como na fabricação de veículos elétricos, telefones, turbinas eólicas e armas.

Em 2019, os Estados Unidos importaram da China 90% das terras raras de que precisavam, de acordo com o USGS, o Serviço Geológico dos Estados Unidos.

O projeto de lei apresentado por Cotton e por Mark Kelly, um democrata do Arizona, quer "proteger os Estados Unidos do risco do desabastecimento de terras raras" e "estimular sua produção" no país, segundo o comunicado.

O texto pretende impor aos Departamentos da Defesa e do Interior a criação de uma "reserva estratégica" de terras raras, até 2025, suficiente para responder as necessidades do Exército, do sector de tecnologia e de outras infraestruturas essenciais "durante um ano e em caso de ruptura da cadeia de abastecimento".

Também visa a estabelecer mais transparência sobre a origem das peças e restringir o uso de terras raras procedentes da China nos equipamentos de defesa "sofisticados".

O projeto também considera necessário que o Departamento do Comércio investigue as "práticas comerciais injustas" da China neste setor e imponha tarifas mais altas, se isso ficar comprovado.

A proposta "fortalecerá a posição dos Estados Unidos como líder mundial em tecnologia, reduzindo nossa dependência dos nossos adversários", alegou Kelly.

De acordo com o USGS, a China possui os maiores depósitos de terras raras, com 44 milhões de toneladas de reservas, e também conta com favoráveis condições de extração e normas ambientais pouco rígidas.

A China já usou essas circunstâncias para exercer pressão política. Em 2010, interrompeu abruptamente suas exportações de terras raras para o Japão como represália por um problema comercial.