Dólar avança quase 2% e fecha a segunda-feira cotado a R$ 6,186
O dólar reverteu a sequência de dois pregões consecutivos de queda e apresentou alta ante o real nesta segunda-feira (23). Com variação de 1,87%, a moeda norte-americana fecha a primeira sessão da semana de Natal negociada a R$ 6,1855.
O que aconteceu
Dólar comercial avançou durante todo o pregão desta segunda. Sem anúncios de intervenção do BC (Banco Central) no mercado de câmbio, a cotação da moeda norte-americana permaneceu em alta desde os primeiros negócios do dia.
Alta do dólar foi ampliada nas últimas horas da manhã. A valorização persistente no início da semana de Natal fez a moeda norte-americana bater os R$ 6,18, com alta próxima de 2% no começo da tarde.
Cotação do dólar turismo também tem variação positiva. Com oscilação expressiva desde os primeiros momentos da sessão, a divisa destinada aos viajantes fechou o dia vendida a R$ 6,4285, alta de 2,03%.
Analistas projetam dólar em R$ 6 ao fim deste ano. A estimativa foi apresentada na manhã desta segunda-feira pelo Relatório Focus, do BC (Banco Central). Há quatro semanas, era esperado que o dólar encerrasse dezembro negociado e R$ 5,70. As previsões para o fim de 2025 (R$ 5,90), 2026 (R$ 5,84) e 2027 (R$ 5,80) também foram elevadas.
Valorização ainda reflete informações da semana passada. Em meio à semana de baixa liquidez devido ao Natal, o mercado ainda reage às divulgações do Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos. Paula Zogbi, gerente de research da Nomad, explica que as projeções de taxas de juros altas por mais tempo nos EUA trazem mais força para o dólar.
Taxas de juros em patamares elevados atraem capital para ativos mais seguros, como a renda fixa americana. Também desestimulam a atividade econômica e encarecem as dívidas das empresas, diminuindo o valor considerado justo para as ações da bolsa. As projeções também fortalecem o dólar pela diminuição do diferencial de juros.
Paula Zogbi, gerente de research da Nomad
Leilões e falas de Lula limitaram alta do dólar semana passada. O fechamento da última semana foi marcado pelo arrefecimento da divisa após forte atuação do BC (Banco Central) no mercado cambial e as declarações do presidente em defesa do ajuste fiscal e da autonomia da autoridade monetária.
Bolsa
Ibovespa recua quase 1% no pregão. O principal índice do mercado acionário brasileiro abriu a semana em queda e volta a figurar abaixo dos 122 mil pontos. Com a baixa de 0,88%, o índice fechou o dia aos 121.024,84 pontos. O volume de negócios somou R$ 13 bilhões.
Hypera Pharma (HYPE3) liderou os ganhos. Com alta de 4,64%, os papéis da empresa são vendidos por R$ 18,89. Na sequência, com variações acima de 2%, aparecem Suzano Papel e Celulose (SUZB3), IRB (IRBR3) e Grupo Pão de Açúcar (SBSP3).
Automob Participações (AMOB3) recua mais de 19%. A baixa faz as ações da companhia serem negociadas por R$ 0,34. Os papéis da Azul (AZUL4) e do Grupo Casas Bahia (BHIA3) amargaram quedas expressivas de, respectivamente, 8,52% e 7,07%.
Pregão mostra preocupações com o ajuste fiscal. Carlos Braga Monteiro, Ceo do Grupo Studio, explica que a alta do dólar e a queda do Ibovespa ainda demonstram receio. "É mais um recado claro do mercado de que não existe confiança suficiente de que este pacote de gastos seja suficiente para equilibrar as contas públicas", diz Monteiro.
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