EUA: Crise alimentar por causa da Ucrânia pode levar 10 milhões à pobreza
O aumento dos preços internacionais dos alimentos, derivados da invasão russa da Ucrânia, pode levar mais de 10 milhões de pessoas à pobreza, advertiu a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, hoje.
Durante um evento na sede do Tesouro, em Washington, Yellen alertou que a alta de preços e os desequilíbrios nos fornecimentos do setor representam o risco do agravamento da situação já precária dos pobres no mundo.
"As primeiras estimativas sugerem que pelo menos 10 milhões de pessoas a mais poderiam ser empurradas para a pobreza apenas pelo aumento dos preços dos alimentos", destacou a secretária em seu discurso.
"A guerra piorou uma situação que já era grave. O impacto dos preços e dos suprimentos já está se materializando, o que aumenta as pressões inflacionárias globais, cria riscos para os balanços externos e mina a recuperação após a pandemia. Quero ser clara: as ações da Rússia são as responsáveis por isso", apontou.
Yellen deu suas declarações bem no momento em que o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) realizam suas respectivas reuniões de primavera (outono no Brasil). Nesse sentido, sugeriu que os credores, com sede em Washington, poderiam proporcionar ajuda às pessoas vulneráveis, impulsionar investimentos na agricultura e ordenar as cadeias de abastecimento de modo a abordar as necessidades críticas, como os fertilizantes.
Ela também sugeriu que o G20, cujos ministros da Economia se reúnem na quarta-feira (20), poderia utilizar uma ferramenta lançada, pela primeira vez, durante a crise financeira mundial de 2008 para aumentar o investimento em agricultura e ajudar os pobres do mundo.
"Temos um sistema internacional forte e temos que trabalhar juntos agora", frisou.
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