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EUA dizem que oferecem à América Latina algo que China e Rússia não podem dar

Bandeiras dos EUA e da China em Xangai - Aly Song
Bandeiras dos EUA e da China em Xangai Imagem: Aly Song

Da AFP

28/06/2022 23h08

Os Estados Unidos têm a capacidade de "galvanizar" os países da América Latina e do Caribe em desafios como as mudanças climáticas, ao contrário da China ou da Rússia, disse o principal assessor do presidente Joe Biden para a região, nesta terça-feira (28).

"Não estamos pedindo a outros países que escolham entre os Estados Unidos e a China, na verdade, negociamos com Pequim e alternamos entre competição e colaboração", declarou Juan González durante conversa com o Georgetown Americas Institute sobre a recente Cúpula das Américas, em Los Angeles.

Mas há diferenças notórias, acrescentou o conselheiro, que acusa Pequim de buscar expansão militar em outras partes do mundo, de falta de transparência nos investimentos, de pressão política -por exemplo, vendendo vacinas em vez de doá-las como fizeram os Estados Unidos -, e de não dar importância aos valores democráticos.

Para os Estados Unidos, é uma questão de "autodeterminação democrática", o que significa que "os países podem escolher o caminho que vão tomar", insistiu.

"Não podemos levantar o dedo para dizer 'bem, você não pode ir com a Huawei, mas não há outros concorrentes oferecendo para construir sua infraestrutura 5G'", que, segundo Washington, representaria um risco de segurança.

"Temos que propor uma agenda positiva para responder às necessidades da região", disse González.

Segundo ele, durante as reuniões da Cúpula das Américas, a China não foi mencionada.

"Por quê? Porque eu acho que pelo menos do nosso lado, o que estamos falando é o que os Estados Unidos estão colocando na mesa, e é algo que a China e a Rússia não podem oferecer, que é poder galvanizar a ação do Hemisfério em desafios cruciais como as mudanças climáticas, a pandemia e outros problemas que todos enfrentamos".

Washington também propõe, acrescentou, reformar os bancos multilaterais de desenvolvimento "para que respondam às necessidades dos países de renda média e alta".

Isso é diferente de "importar proteína e combustível da América Latina e do Caribe, que é o que caracteriza o comércio chinês".

A China, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, é o primeiro ou segundo parceiro comercial de muitos países da América Latina e do Caribe.

As empresas chinesas investiram mais de 130 bilhões de dólares na América Latina nas últimas duas décadas, segundo autoridades norte-americanas.