Banco da Inglaterra intervém frente a risco de crise financeira no Reino Unido
O Banco da Inglaterra (BoE) anunciou, nesta quarta-feira (28), uma intervenção de emergência no mercado britânico de obrigações, comprando dívida pública "para restabelecer as condições normais", em um contexto de forte alta das taxas de juro dos títulos britânicos.
Esse alta das taxas ocorreu depois de o governo conservador de Liz Truss ter divulgado, na sexta-feira (23), um plano orçamentário que inclui custosos subsídios para contas de energia e, ao mesmo tempo, significativos cortes de impostos.
"O Banco vai comprar títulos do governo de longo prazo", afirmou o BoE, em um comunicado, acrescentando que esta "operação será financiada, na íntegra, pelo Tesouro".
Estimado por economistas em entre 100 bilhões e 200 bilhões de libras (US$ 106 bilhões e US$ 212 bilhões), o plano do Executivo de Truss causou preocupação nos mercados. A libra registrou um mínimo histórico de US$ 1,0350 na segunda-feira e, desde então, teve apenas uma leve recuperação.
Nesta quarta-feira, menos de uma hora após o anúncio da intervenção do BoE, a libra caía 1,2% a 1,0601 dólar.
Nos últimos dias, o rendimento da dívida pública britânica, que sobe quando a demanda cai, disparou.
"O movimento do mercado se exacerbou desde ontem e está afetando, particularmente, a dívida de longo prazo. Se essa disfunção do mercado continuar, ou piorar, representará um risco real para a estabilidade financeira do Reino Unido", disse o BoE para justificar sua intervenção.
Como reação, as taxas de juros dos títulos de 30 anos, que haviam subido 5,14% na manhã de quarta-feira, a maior alta desde 1998, caíram rapidamente para 4,47%. Os títulos de 10 anos seguiram a mesma tendência, recuando para 4,23%, após atingirem um novo teto desde 2008, em 4,59%.
js-acc/mb/tt
© Agence France-Presse
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