Dilma Rousseff é nomeada presidente do banco dos BRICS
A ex-presidente Dilma Rousseff foi eleita, nesta sexta-feira (24), presidente do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, informou a entidade em um comunicado.
Sete anos após ter sido destituída da Presidência em um processo de impeachment, Dilma, de 75 anos, vai assumir o primeiro cargo de exposição pública após ter sido indicada para o posto pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que voltou ao poder em janeiro.
Dilma foi nomeada para assumir as rédeas do banco "com efeito imediato", destacou a nota.
Ela vai suceder o diplomata brasileiro Marcos Troyjo, que há duas semanas renunciou ao cargo que ocupava desde 2020, apresentado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
A ex-presidente Dilma completará o mandato restante da presidência rotativa que corresponde ao Brasil, até julho de 2025.
O banco de desenvolvimento multilateral dos BRICS - grupo integrado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - foi criado em 2015, com a missão de financiar obras de infraestrutura e promover o desenvolvimento sustentável nestas e em outras economias emergentes.
A posse de Dilma está prevista para o próximo dia 30, coincidindo com a visita de Lula à China. A viagem foi adiada de sábado para domingo depois que o presidente foi diagnosticado com pneumonia.
Dilma Rousseff "priorizou a luta contra a pobreza" durante seu mandato (2011-2016), e deu continuidade aos programas sociais, iniciados nos dois primeiros governos Lula (2003-2010), graças aos quais o Brasil conseguiu sair do mapa da fome da ONU, destacou o comunicado do banco NDB (na sigla em inglês), com sede em Xangai.
Economista de formação e afilhada política de Lula, Dilma foi a primeira mulher a assumir a Presidência do Brasil e se elegeu para um segundo mandato, interrompido em 2016 por sua destituição, acusada de maquiar contas públicas em um processo controverso no Congresso Nacional.
Desde então, disputou, sem sucesso, um assento no Senado pelo estado de Minas Gerais, em 2018.
Ela voltou ao centro do cenário político no ano passado, ao acompanhar ativamente Lula durante a campanha eleitoral que lhe deu a vitória sobre Jair Bolsonaro (PL).
mls/app/mr/mvv/am
© Agence France-Presse
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