Pequim critica tentativa ocidental de reduzir dependência da China
O primeiro-ministro da China, Li Qiang, criticou nesta terça-feira (27) as tentativas ocidentais de reduzir a dependência econômica de seu país, que chamou de "proposição falsa" em um mundo de economias interligadas.
Nos últimos meses, Estados Unidos e União Europeia anunciaram medidas para reduzir o risco de sua dependência da segunda maior economia do mundo.
"No Ocidente, algumas pessoas exageram o que se denomina a 'redução da dependência e do risco'", declarou Li no discurso de abertura do Fórum Econômico Mundial em Tianjin, norte da China.
"Estes dois conceitos são uma proposição falsa porque o desenvolvimento da globalização econômica é tamanho que a economia mundial se tornou uma entidade única, na qual você e eu estamos interconectados", disse.
No discurso durante o Fórum de de Tianjin, conhecido informalmente como "Davos de Verão" (hemisfério norte, inverno no Brasil), Li defendeu ações para aprofundar a cooperação econômica.
"As economias de muitos países estão misturadas umas com as outras, dependem umas das outras, alcançam conquistas graças às outras e se desenvolvem juntas", disse.
"Isto é algo bom, não é algo ruim".
Em janeiro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o bloco não buscava a "desconexão", e sim a redução do risco em relação à China, com a qual deseja continuar trabalhando e fazendo negócios.
Em Washington, o presidente Joe Biden seguiu a linha dura do antecessor Donald Trump e, em alguns aspectos, foi ainda mais longe, como no veto à exportação de semicondutores para o país asiático.
Após as críticas da China, o secretário de Estado, Antony Blinken, afirmou na semana passada em Pequim que os Estados Unidos não desejam "conter economicamente" a segunda maior potência do planeta.
"Mas ao mesmo tempo, não é do nosso interesse fornecer tecnologia à China que possa ser usada contra nós", explico.
- A caminho da meta de crescimento -
Durante o fórum, organizado pela primeira vez após uma pausa de três anos provocada pela pandemia de covid, Li também destacou que a China está no caminho para alcançar a meta de 5% de crescimento econômico estabelecida por Pequim para 2023.
"Para o conjunto do ano, nós esperamos alcançar a meta de crescimento econômico ao redor de 5% estabelecida no início do ano", disse Li.
"Temos confiança plena e capacidade de estimular o progresso constante e a longo prazo da economia chinesa mo caminho do desenvolvimento de alta qualidade", acrescentou.
A China enfrenta uma fase recuperação lenta após a covid, com vários indicadores que apontam a desaceleração da recuperação registrada após o fim das restrições adotadas durante a pandemia.
O Banco Central da China reduziu na semana passada duas taxas de juros cruciais para contra-atacar a desaceleração do país.
Pequim também prepara um pacote de medidas para vários setores da economia, em particular o imobiliário, que responde por grande parte do PIB do país.
A China estabeleceu em março a meta de crescimento econômico "ao redor de 5%" para 2023, uma das menores em várias décadas, ao suspender as rígidas medidas anticovid que abalaram sua economia.
Li admitiu na época que alcançar o objetivo "não será fácil".
bur-je/oho/cwl/dbh/mas/fp
© Agence France-Presse
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