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Comércio lojista do Rio tem vendas negativas pelo segundo mês

Nem o aumento da imunização da população anima o presidente do CDLRio e do SindilojasRio - Dikran Junior/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo
Nem o aumento da imunização da população anima o presidente do CDLRio e do SindilojasRio Imagem: Dikran Junior/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo

15/03/2021 14h41Atualizada em 15/03/2021 14h41

As vendas do comércio lojista da capital fluminense caíram 6,5% em fevereiro em relação ao mesmo mês de 2020. É o segundo resultado negativo do ano. Em janeiro, a queda atingiu 15%. Os dados são de pesquisa do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio), divulgada hoje (15). A sondagem ouviu 750 estabelecimentos comerciais da cidade. As duas entidades, juntas, representam mais de 30 mil lojistas.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente das duas entidades, Aldo Gonçalves, comentou que os números evidenciam que não houve ainda uma retomada da economia e o comércio sofre muito por conta do desemprego.

"Está altíssimo o desemprego no Rio e no Brasil todo. E a queda do poder aquisitivo - há muitas pessoas trabalhando com salário parcial - impacta negativamente o comércio".

A pesquisa revela que todos os setores do Ramo Mole, que compreende os bens não duráveis, e também do Ramo Duro (bens duráveis) apresentaram resultados negativos em fevereiro. As maiores quedas no faturamento foram encontradas no Ramo Mole em calçados (-5,5%), confecções (-5,2%) e tecidos (-4,8% ) e no Ramo Duro (bens duráveis) em óticas (-6,8%), móveis (-5,5%), joias (-5,2%) e eletrodomésticos (-3,8%). As venda à prazo e à vista foram as formas de pagamento preferidas pelos consumidores, embora registrando retrações de 3,8% e 3,5%, respectivamente, comparativamente com igual mês do ano passado.

Curto prazo

Aldo Gonçalves não vê possibilidade de reversão do quadro de queda das vendas no comércio no curto prazo. "Se houver uma recuperação, vai ser lenta e gradual. Enquanto não mudar esse cenário de desemprego, a situação ficará negativa. A pessoa sem trabalho e sem emprego não pode comprar, não pode consumir".

Nem o aumento da imunização da população anima o presidente do CDLRio e do SindilojasRio. "Para mudar, tem que ser com emprego. Não é a vacina que vai mudar isso", destacou.

É preciso, segundo Aldo, que o governo invista em infraestrutura e tenha uma política desenvolvimentista que crie empregos. "Isso é fundamental para a retomada da economia", sinalizou o executivo.