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Venda de Isagen é 'nova realidade', diz mininistro das Finanças da Colômbia

Bill Faries

07/01/2016 12h10

(Bloomberg) -- A venda da participação majoritária da Colômbia na empresa de energia Isagen, na semana que vem, é apenas o começo de um processo de otimização dos ativos estatais em um momento em que o país enfrenta a "nova realidade" dos preços mais baixos do petróleo e da moeda mais fraca, disse o ministro das Finanças, Mauricio Cárdenas.

O governo deverá estudar outras medidas para empregar seus ativos de forma mais eficiente, incluindo medidas da estatal Ecopetrol para se concentrar no aumento das reservas, disse Cárdenas, durante uma entrevista na quarta-feira em Miami.

"Temos de assegurar que continuaremos investindo em exploração", disse Cárdenas. "Nós precisamos garantir o uso dos ativos disponíveis na Ecopetrol para assegurar o aumento das reservas de petróleo".

O governo pretende utilizar o dinheiro captado pela venda da Isagen, em 13 de janeiro, para reduzir os custos do transporte construindo novas rodovias para conectar os principais centros industriais do país e portos, o que, segundo a administração, vai impulsionar o crescimento econômico. O plano de leiloar sua participação de 58 por cento na empresa por pelo menos US$ 2 bilhões foi respaldado pela Justiça e é um passo crucial para a modernização da economia, disse Cárdenas.

'Direção certa'

A Colômbia enfrentou a queda dos preços das commodities, o clima mais seco devido ao fenômeno El Niño e a desvalorização de 25 por cento de sua moeda em relação ao dólar no ano passado, mas ainda assim a economia do país cresceu 3 por cento em 2015, segundo analistas consultados pela Bloomberg. Esta seria a maior expansão entre as maiores economias latino-americanas. Cárdenas disse que está otimista de que a inflação anual, que praticamente dobrou no ano passado para perto do nível mais alto em sete anos, de 6,8 por cento, diminuirá com o aumento dos juros pelo banco central e quando acabarem os choques de preço.

"Estamos indo na direção certa", disse ele, citando um declínio no núcleo de inflação no mês passado, que não inclui os custos dos alimentos. "Dado o que aconteceu com o núcleo da inflação, estou muito otimista" de que os aumentos dos preços chegaram ao seu pico.

Os preços ao consumidor subiram porque a desvalorização do peso aumenta os preços das importações e porque a seca severa provoca a alta dos preços dos alimentos. O peso atualmente está se movendo dentro de uma "nova faixa de equilíbrio", disse Cárdenas, citando uma pesquisa do banco central.

A decisão das autoridades, no mês passado, de reduzir o limite para intervir nos mercados cambiais foi pensada para "enviar um sinal de que queremos evitar a volatilidade", disse Cárdenas.

O banco central agora leiloará US$ 500 milhões de opções de compra quando a taxa de câmbio cair mais de 5 por cento em relação à média móvel de 20 dias, abaixo do nível anterior de 7 por cento.