Fortescue elogia sinais de disciplina na oferta de minério
(Bloomberg) -- A Fortescue Metals, quarta maior produtora de minério de ferro do mundo, está "satisfeita" com as rivais considerando os pedidos para desacelerar o crescimento da oferta que tem contribuído para uma queda nos preços globais.
"É bom ver uma melhor disciplina vindo do lado da oferta", disse o diretor financeiro Stephen Pearce, em uma entrevista por telefone de Perth.
"Nossa mensagem tem sido bastante consistente há algum tempo: não temos a intenção de continuar alocação de capital no mercado atual. Estamos satisfeitos com o fato de que a mensagem parece estar sendo amplamente aceita".
O minério de ferro desabou para menos de um quarto do seu pico em 2011 quando os produtores, incluindo a Rio Tinto e a BHP Billiton, na Austrália, e a Vale aumentaram a oferta em meio à preocupação de que a desaceleração econômica da China prejudicaria a demanda.
O presidente do conselho da Fortescue, Andrew Forrest, começou a defender no ano passado que as principais mineradoras deveriam limitar a produção para impulsionar os preços, dizendo que estavam cometendo "vandalismo de mercado" com a superprodução. A Rio Tinto, a segunda maior exportadora do mundo, descreveu, na época, as alegações como inconsistentes e exageradas.
A Fortescue planeja manter os volumes estáveis neste ano fiscal. A empresa informou na quinta-feira aumento de embarques nos três meses até dezembro, que superou as estimativas dos analistas.
A Rio Tinto vê sua produção aumentando cerca de 7 por cento, para 350 milhões de toneladas este ano, ritmo mais lento do que o ganho de 11%em 2015.
A BHP prevê que sua produção vai subir 1,7% nos 12 meses até 30 de junho, em comparação com um salto de 14% no ano anterior.
Ritmo mais lento
"Estão começando a entender que a oferta é parte do problema deste admirável mundo novo de preços baixos", disse Philip Kirchlechner, diretor da Iron Ore Research Pty e ex-chefe de marketing da Fortescue.
"Os acionistas querem ver a disciplina de capital e não expansões irracionais. Talvez uma maior consciência para as realidades de hoje poderia forçar a mudança que estávamos esperando".
A Rio Tinto disse em uma resposta por email na quinta-feira que não alterou nenhum de seu guidance global. Uma porta- voz da BHP não quis comentar. As duas empresas defenderam sua estratégia de aumentar a produção em um momento de queda dos preços, dizendo que cortes não seriam do interesse de seus acionistas já que a oferta perdida seria preenchida por outros.
As ações da Fortescue subiram 14% e fecharam a 1,73 dólares australianos em Sidney, caindo 7,5% neste ano após queda de 32% em 2015.
A ação foi elevada para outperform pelo Credit Suisse, que citou corte de custos e preços do minério de ferro potencialmente mais altos nos próximos meses com a atividade na construção e produção de ferro aumentando na China.
Queda nos preços
O minério com 62% de conteúdo entregue a Qingdao caiu 0,5%, para US$ 41,72 a tonelada seca na quinta-feira depois de chegar a US$ 38,30 em 11 de dezembro, um recorde de baixa nos preços diários da Metal Bulletin desde maio de 2009.
A demanda por matéria-prima na produção do aço está se aproximando de seu ponto mais alto, disse o Banco Mundial em um relatório esta semana que prevê que o minério de ferro terá a maior perda entre os metais este ano. A oferta de baixo custo continua a superar a demanda, disse o banco com sede em Washington.
"Ter pessoas alocando capital de forma sensata é uma coisa boa para a indústria como um todo", disse Pearce na quinta- feira. "Em última análise, o mercado será determinado tanto pela oferta quanto pela demanda", disse ele, acrescentando que o foco agora está no consumo.
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