Draghi diz que BCE agirá se turbulência dos mercados for ameaça
(Bloomberg) - O Banco Central Europeu tomará medidas para garantir que a política monetária chegue à economia real se a mesma parecer ameaçada pela turbulência nos mercados financeiros, afirmou o presidente da instituição, Mario Draghi.
"À luz da recente turbulência financeira, vamos analisar o estado de transmissão dos nossos impulsos monetários pelo sistema financeiro e, em particular, pelos bancos", disse Draghi a representantes do Parlamento Europeu em Bruxelas na segunda-feira. Além disso, o BCE examinará o impacto da nova rodada de quedas dos preços de energia e "se algum desses dois fatores implicar riscos de baixa para a estabilidade de preços, não hesitaremos em agir", disse ele.
O BCE, com sede em Frankfurt, tomará sua próxima decisão de política em 10 de março, em um momento em que os reajustes de preços na união monetária estão bem abaixo da meta do BCE, de pouco menos de 2 por cento, deprimidos pela desaceleração do crescimento global e pelo excesso de oferta de energia. A desvalorização das ações na última semana, puxada pelo setor bancário, agora ameaça a frágil recuperação do crédito e a retomada da economia na zona do euro.
Referindo-se à economia global, Draghi declarou que "a continuidade do processo de reequilíbrio é necessária para assegurar crescimento sustentável no médio prazo". Ele também disse que isso "pode implicar alguns obstáculos no curto prazo, que exigirão monitoramento de perto dos riscos relacionados".
Perspectiva para os bancos
Draghi ressaltou os esforços do BCE desde 2014 para restaurar a confiança no setor bancário da região.
"A queda dos preços das ações dos bancos foi amplificada por percepções de que os bancos talvez precisem fazer mais para ajustar seus modelos de negócios ao ambiente de menor crescimento/juros menores e ao arcabouço regulatório internacional fortalecido que foi implementado desde a crise", disse ele. "Porém, precisamos reconhecer que a mudança regulatória desde o início da crise estabeleceu as bases para aumentar duravelmente a resistência não só de instituições individuais, como também do sistema financeiro como um todo".
Ele afirmou que bancos da zona do euro estão em "boa posição" para reduzir os empréstimos de recebimento duvidoso de maneira ordenada ao longo dos próximos anos.
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