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Cinco coisas que vão dar o que falar hoje

Lorcan Roche Kelly

01/03/2016 10h51

(Bloomberg) - Os dados sobre produção fabril da China decepcionaram, as ações do Barclays despencaram e hoje é a 'Super Terça-Feira'. Eis alguns dos assuntos que vão dar o que falar nos mercados nesta manhã.

Desaceleração da China

A desaceleração da China está se aprofundando. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) para a produção fabril caiu para 49 pontos em fevereiro, o valor mais baixo desde 2009, e o indicador para serviços caiu de 53,5 em janeiro para 52,7, a leitura mais fraca em sete anos. O Shanghai Composite Index ignorou os PMIs decepcionantes e encerrou com uma alta de 1,7 por cento a primeira sessão de trading depois que o Banco Popular da China anunciou que reduziria a quantidade mínima de reservas que os credores precisam manter.

Desmoronamento do Barclays

As ações do Barclays chegaram a cair 11 por cento nesta manhã no trading em Londres depois que o credor anunciou que reduziria seu dividendo e a participação em sua unidade africana na tentativa de diminuir o tamanho do banco e engrossar as proporções de capital. O Barclays também anunciou que tinha identificado possíveis atividades de lavagem de dinheiro em sua divisão na África do Sul, onde também está sujeito a uma investigação mais ampla para determinar se bancos como o Barclays se conluiaram para manipular o rand. As ações recuavam 10,7 por cento às 10h55, horário de Londres.

Super Terça-Feira

A votação está em andamento nos doze estados americanos que realizarão eleições primárias ou disputas hoje. As projeções mostram que hoje poderia ser um dia muito bom para a tentativa de Donald Trump de garantir sua nomeação como candidato à presidência pelo Partido Republicano e Hillary Clinton parece ser a mais forte no lado dos democratas. A Bloomberg Politics fará uma cobertura completa dos resultados à medida que eles forem chegando.

Glencore

A Glencore informou que a renda líquida, excluindo certos itens, caiu 69 por cento em 2015, para US$ 1,34 bilhão, e a empresa anunciou a maior queda dos lucros desde sua abertura de capital. A Glencore só conseguiu informar esse lucro graças ao desempenho da divisão de trading; a de mineração, como se antecipava, registrou um prejuízo. A empresa disse que pretendia recuperar o dividendo em 2017, quando tiver fortalecido o balanço. As ações da Glencore recuavam 2,9 por cento às 11h20, horário de Londres.

Yields negativos

O Japão vendeu dívida com vencimento em dez anos com um yield negativo pela primeira vez, sendo que o mercado de bonds de lá continua reagindo às taxas de juros negativas anunciadas pelo Banco do Japão no final de janeiro. Na Europa, os yields sobre a dívida alemã se mantêm negativos e os yields das dívidas espanhola e italiana estão caindo nesta manhã. Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve, advertiu em uma entrevista à Bloomberg Television que as taxas de juros negativas - caso sejam utilizadas por um período de tempo prolongado - acabarão distorcendo as poupanças e os investimentos.