Basf e assessores analisam contraproposta pela DuPont, dizem fontes
(Bloomberg) -- A Basf SE está trabalhando com assessores e bancos de financiamento na análise das vantagens de apresentar uma contraproposta pela DuPont, a empresa química avaliada em US$ 55 bilhões que fechou um acordo de fusão com a Dow Chemical em dezembro, disseram pessoas informadas sobre o assunto.
A empresa química alemã ainda não tomou uma decisão sobre se deve avançar com uma oferta, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque a informação é privada. Não foi feita nenhuma abordagem formal à DuPont, disseram as pessoas.
A Basf, maior empresa química do mundo, vem trabalhando com assessores desde o ano passado na análise de uma oferta pela DuPont, disseram as pessoas. A Basf negociou sem sucesso com a DuPont antes que esta fechasse a fusão com a Dow, disseram as pessoas.
Até o momento a Basf está de fora da onda de consolidação no setor concentrada em produtos para lavouras, como pesticidas e sementes. A situação coincide com os prejuízos dos fazendeiros após anos de baixos preços das commodities.
A compra da DuPont entregaria à empresa negócios mais lucrativos, desde ingredientes alimentícios até enzimas, assim como a segunda maior produtora de sementes, que produz milho geneticamente modificado, entre outras coisas. A Monsanto é a maior produtora de sementes do mundo.
Negócio analisado
O diretor executivo da Basf, Kurt Bock, disse em entrevista à Bloomberg Television, no mês passado, que considerou um acordo no campo dos produtos químicos agrícolas antes de decidir deixar as coisas como estavam.
Em dezembro, a Dow e a DuPont anunciaram o maior negócio da história do setor, que cria a maior empresa agrícola do mundo e a segunda maior empresa de químicos depois da Basf. No mês passado, a China National Chemical fechou a compra da suíça Syngenta por cerca de US$ 43 bilhões, ficando com a maior fabricante de pesticidas.
"Nós olhamos para o setor e tentamos entender qual é a nossa posição", disse Bock. "Nós nos sentimos confortáveis com o que temos. É preciso olhar os múltiplos, as expectativas de preço no mercado, e se convencer se [a fusão] é algo que realmente cria valor ou não".
Representantes da Basf e da DuPont preferiram não comentar. A DuPont, que tem sede em Wilmington, Delaware, deu um salto de 5,3% nas negociações pós-pregão.
A Basf, que tem sede em Ludwigshafen, Alemanha, tem um valor de mercado de cerca de 58 bilhões de euros (US$ 64 bilhões). A Dow, com sede em Midland, Michigan, tem um valor de mercado de cerca de US$ 56 bilhões.
De surpresa
A Monsanto desencadeou a onda de meganegócios com sua proposta malsucedida pela Syngenta, no ano passado. Durante o período descrito em outubro pelo CEO da Dow, Andrew Liveris, como um momento em que todos estavam "negociando com todos", as empresas europeias pareceram pegas de surpresa pela velocidade e pela pressão das fusões e aquisições.
No caso da Basf, que não tem divisão de sementes, a DuPont preencheria uma lacuna importante, disse James Sheehan, analista da Suntrust Robinson Humphrey em Atlanta.
"Todos os demais estão se combinando e ninguém quer ser deixado em uma posição estrategicamente frágil", disse ele, por telefone. "A DuPont seria uma boa opção estratégica para eles".
A DuPont discutiu possíveis negócios com diversas empresas antes do acordo de 11 de dezembro com a Dow, segundo um fato relevante de 1º de março da DowDuPont Inc., nome da empresa combinada. A DuPont pode ser obrigada a pagar à Dow uma taxa de rescisão de US$ 1,9 bilhão se violar o acordo, mostram os documentos.
O custo adicional da taxa de rescisão é apenas um dos motivos pelos quais a potencial oferta da Basf pela DuPont parece "irreal", disse Jonas Oxgaard, analista da Sanford C. Bernstein Co. em Nova York, por telefone.
A Basf também precisaria pagar um prêmio de 30% sobre o preço das ações da DuPont em dezembro, que estavam em mais de US$ 74 após o anúncio do acordo, e provavelmente precisaria emitir ações a preços atualmente deprimidos para evitar um excesso de empréstimos, disse ele.
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