Reino Unido pode perder 950 mil empregos se sair da União Europeia, diz estudo
(Bloomberg) -- A saída da União Europeia poderia custar ao Reino Unido 100 bilhões de libras (US$ 145 bilhões) em produção econômica perdida e 950 mil empregos até 2020, disse a Confederação da Indústria Britânica (CBI, na sigla em inglês), ao intensificar sua campanha contra a chamada "Brexit" (sigla que mistura "Britain" e "exit").
A decisão pela saída do bloco no referendo convocado pelo primeiro-ministro David Cameron para 23 de junho "provocaria um choque sério na economia do Reino Unido", disse a principal associação empresarial britânica, citando um estudo encomendado à PricewaterhouseCoopers com os dois cenários de "Brexit".
"A saída da União Europeia seria um verdadeiro golpe para os padrões de vida, para os empregos e para o crescimento", dirá a diretora-geral da CBI, Carolyn Fairbairn, em um discurso, em Londres, nesta segunda-feira (21), segundo declarações divulgadas com antecedência pela associação.
"A economia oriunda da redução das contribuições orçamentárias e da regulação da UE é praticamente eliminada pelo impacto negativo sobre o comércio e o investimento".
Segundo o estudo, em caso de saída o PIB do Reino Unido poderia ser 5% mais baixo até 2020, embora possa ser apenas 3% mais baixo se um acordo de livre comércio for fechado rapidamente com o restante da UE. O crescimento poderia ser de apenas zero em 2017 ou 2018, disse a CBI.
'Economia menor'
"A economia se recuperaria lentamente ao longo do tempo, mas nunca terá o nível que teria se permanecesse" dirá Fairbairn. "A saída da UE significaria uma economia menor em 2030".
A CBI disse na semana passada que fará campanha para manter o Reino Unido na UE depois que uma pesquisa apontou que quatro quintos de seus membros acreditam que isso seria o melhor para seus negócios.
Os defensores da Brexit argumentam que o Reino Unido se sairia melhor fora do bloco porque a Europa é um mercado que está encolhendo para as exportações do Reino Unido e porque o governo poderia fechar seus próprios acordos comerciais com economias de rápido crescimento ao redor do mundo.
"A CBI, que é financiada pela UE, está desesperada para recriar as mesmas histórias de terror que espalhou quando estimulou o Reino Unido a descartar a libra e unir-se ao euro", disse Matthew Elliott, diretor-executivo da Vote Leave, que está fazendo campanha pela saída, em um comunicado.
"Eles estavam equivocados naquela ocasião e estão equivocados agora".
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