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Motoristas EUA aceleram onda de negócios de produtores de etanol

Mario Parker

15/06/2016 12h20

(Bloomberg) -- O novo caso de amor dos EUA em dirigir pode revolucionar a indústria do etanol do país.

A Green Plains disse na segunda-feira que fechou a compra de duas plantas da espanhola Abengoa e a empresa europeia informou, em separado, que venderia outras duas usinas -- totalizando US$ 350 milhões com a venda das quatro. Está em jogo também o braço de biocombustíveis da The Andersons, cuja aquisição é disputada pela HC2 Holdings, que trabalha com um sócio estratégico. Provavelmente haja mais consolidação a caminho, disseram analistas da Jefferies, incluindo Laurence Alexander, em um relatório, na terça-feira.

As fabricantes de etanol estão à procura de aquisições em meio à demanda recorde pelo biocombustível, impulsionada pelo aumento do consumo de gasolina. As empresas estão agindo com base nas lições aprendidas no início deste ano, quando o petróleo barato, o excesso de oferta e os custos estáveis do milho encolheram as margens de produção. Agora que os preços do etanol se recuperaram e as receitas estão subindo, as produtoras estão usando o dinheiro extra para ganhar escala e melhorar a eficiência.

"As grandes empresas querem crescer", disse Heather Jones, analista da BB&T Capital Markets em Richmond, Virgínia, por telefone. "Assim como em qualquer outro mercado, quanto maior você é, mais você consegue controlar a produção e influenciar os preços".

Setor fragmentado

O setor de etanol dos EUA ainda está fragmentado em comparação com o do petróleo, seu maior cliente. As cinco maiores empresas respondem por cerca de 46 por cento da capacidade. A maior parte das outras plantas é de propriedade privada de fazendeiros e cooperativas locais, disse Tom Houser, vice-presidente do CoBank, banco agrícola de Greenwood Village, Colorado, que financiou cerca de 50 usinas.

Se a transação da Green Plains se concretizar, a empresa tomará o lugar da Valero Energy como a terceira maior produtora de etanol dos EUA em capacidade. A Archer-Daniels-Midland, que tem sede em Chicago, é a principal produtora, seguida da Poet, que tem sede em Sioux Falls, Dakota do Sul.

A HC2 Holdings, matriz administrada pelo ex-gerente de hedge fund Philip Falcone, voltou à carga com um sócio estratégico adicional, neste mês, em sua última tentativa de comprar a trader de grãos norte-americana The Andersons. A HC2 alterou sua oferta de US$ 950 milhões pela divisão ferroviária e por partes da unidade de grãos ao dizer que a empresa e seu novo sócio estratégico pagariam US$ 1,15 bilhão por estes negócios, mais o braço de etanol. A matriz disse também que pode avaliar aumentar a oferta rejeitada de US$ 1,04 bilhão pela The Andersons.

Jones disse em nota, neste mês, que a Green Plains poderia ser a nova parceira estratégica não revelada que está trabalhando com a HC2. A Green Plains não deu retorno imediato a diversos e-mails e mensagens telefônicas em busca de comentário sobre a especulação.